quinta-feira, 29 de junho de 2023


 

 

GOROVINHAS (Roupas Sujas) (2ª Versão) – 27 MAIO 2023

(Marg Helgenberger)

 

Podei meu coração, cortado rente,

não cresce nada mais em minha aorta,

empreguei os capilares qual retorta

e os destilei, em vinho diferente

 

Quero reter o tempo e fecho os olhos,

cobertos de chircal e de azevém,

a salamanca me amaldiçoou também

à vã procura do ouro dos piratas.

Somente posso acompanhar os meus antolhos

e me afundar na sombra dessas matas.

 

Escasso o tempo de descanso ou passatempo,

vivo iludido em encerrar o vento

no canto de minha sala, ele e o tempo

no cumprimento de meus deveres sem alento.

 

Mas o vento penetra nas paredes

e sobre mim é que lança fortes redes,

 

desencilhando assim meu pensamento,

lançando em troca versos malferidos,

no entrevero de sua ressaca com o outrora...

 

Comigo mesmo as lutas trabalhosas,

minutos a prender, em fios de rosas,

para empregar a meu serviço a aurora.

 

GOROVINHAS II

 

Eu vivo assim, admirando a gente,

mas sem buscar alheia admiração,

sou descrente demais dessa canção,

já me basta ser aceito, simplesmente,

 

tal qual eu sou, meus traços conservando,

preservados em fel, em mel de amoras,

pendurando ao ponteiro dez mil horas,

de que excogitei fados incríveis

enquanto só, apenas perlustrando

a multidão das coisas impossíveis.

 

Somente pude tornar-me indiferente

a essa indiferença em mim tornada:

não me deseja a mulher que foi amada,

por mais que me acompanhe diariamente.

 

Desse modo a alma inteira fui podar,

usando a antiga tesoura de esquilar.

 

Podado o coração, juntei neurônios,

pus em garrafas de plástico e, na praça,

ninguém comprou-me as mudas dos axônios...

 

Não se expandiu a saga do infinito

e a venda dos neurônios, que pirraça!

tornou-se em saquitel de amor aflito...

 

GOROVINHAS III

 

Tenho pensado em versos descabidos

com lâmina escrever, de aço e ferro,

mas as palavras se ameigam, só encerro

o testamento de meus dias vencidos.

 

Porque lavei minha lança em goma-laca

e as fibras do cristal mais pontiagudo

serviram de morrião no meu estudo

dessas almas imperfeitas de mulher;

talhado pela chuva, eu viro faca,

mas sou lâmina encerrada em malmequer.

 

Na fúria desse azul serpentiforme,

coloquei perante os olhos para-brisas,

para atacar o vento e as monalisas,

mas em tudo para ti fui multiforme,

 

nesse soprar dos cílios para fora,

a preparar-me para o teu agora.

 

Abri uma fístula na veia a canivete

e me acerquei de ti, chamei de novo

e construímos um barco de confete.

 

E quando entrares no meu barco do absurdo,

te levarei para bem longe desse povo

que não escuta nada e me acha surdo.

 

GOROVINHAS IV – 28 maio 2023

 

Escrever versos é pôr no quaradouro

a alma enxovalhada, trema e til,

para ser embranquecida pelo anil,

nas ripas finas desse paradouro...

 

E como é estranho que essa roda azul,

misturada a sabão e a malefícios,

consiga diluir antigos vícios,

nessa mortalha viva do passado,

transformada em sentença de curul,

amarrotada com o resto do lavado!

 

Já foi levada no alto da cabeça

dessas mil lavadeiras sem beleza,

purificada por águas de tristeza,

muito mais que por prece que se esqueça.

 

Alma entrouxada muito mais anil requer

do que a força braçal de uma mulher!

 

Assim invoco os duendes tutelares,

espíritos geniais, quatro elementos,

para que venham trazer ao lavadouro 

 

muito mais do que pecados aos milhares:

lavem fracassos pelos quatro ventos,

dourando a alma, tal qual no nascedouro!

 

GOROVINHAS V -- 28 maio 2023

 

Ao invocar desses quatro elementos,

devoro para mim as alquimias,

as santas mágoas que então me trazias,

recolhidas em tsunamis de portentos.

 

Da água espero dotes em cachoeira,

que me arranhem a pele sem piedade

e me exponhma as artérias, veleidade

tornada inútil ao final da vida inteira,

porque essas águas que me peito lanham

lavam por dentro e o coração me banham.

 

Do ar só espero a dança dos pulmões,

que me assoprem para o céu sem complacência,

que me façam voar em sua potência

e aos próprios ossos transmudem em emoções.

 

Que assim viva dentro em mim a tempestade,

que no meu peito se extinguir não há-de!

 

Da terra espero apenas me devore

até a alma, pelos pés, em diapasão,

enquanto vai-me transmutando em poeira...

 

Mas para o fogo é preciso que mais ore,

que me atice em furor respiração,

mesmo que a mente me queime por inteiro.

 

GOROVINHAS VI

 

Não é que a alma mais santa se torne

ao redigir-se o rol de crimes do lavado,

antes o cérebro se faz desmemoriado

e só lembrança retém que a mente amorne.

 

São assim as recordações da infância,

que tão frequente dá a impressão de ser feliz

ou pelo menos é o que a maior parte diz

e que repete na certeza da constância:

para onde foram as mágoas e tristezas

nessa idade que conteria só belezas?

 

Fácil se esquecem as dores e os castigos,

os tombos, arranhões, febres, doenças,

memória falsa em disfarce de outras crenças,

às lembranças das lembranças dão-se abrigos.

 

Mesmo ao lembrar de ter estado doente,

a intensidade se desvanece e é mais clemente.

 

Mas o sabor dos antigos alimentos,

as lantejoulas gentis das brincadeiras

são recordados com maior intensidade,

 

nesse funil que nos peneira pensamentos

e assim nos doura as horas mais ligeiras,

em que lembramos do falso qual verdade.

 

GOROVINHAS VII – 29 maio 2023

 

Mas será que, de fato, eu deveria

só querer me recordar do verdadeiro?

Lembrar-me exatamente do primeiro

momento em que prazer ou dor sentia?

 

Que ocorreu na maioria dessas vezes

em que lembrei do que de fato aconteceu

e nesse instante já um véu se intrometeu

e surge outra memória que sopeses,

já a lembrança de uma recordação,

nunca a verdade real dessa ocasião?

 

Sempre se lembra um pouco diferente,

falta um perfume ou se acrescenta glória

e nos domina outra versão da história,

diversa daquela ao real passado pertencente.

 

E se a inicial queremos de novo recordar

já a fazemos outra vez se transformar.

 

Só a lembrança da lembrança que tivemos

e nem sequer lembrança mais do evento,

desse passado que se foi e não retorna!

 

Por isso às vezes nos desentendemos

com quem recorda tal acontecimento

de forma outra que esta que nos torna...

 

GOROVINHAS VIII

 

Falar de amor também é pendurar 

o coração no varal de secar roupa:

o vento espalha o amor e torna pouca

essa emoção que se queria demonstrar.

 

Fica esse amor enforcado num arame,

erguido ao alto com vara de bambu,

um coração rosado posto a nu,

desbotado na lavagem que o difame,

apenas firme pelos prendedores,

o vento aos poucos carregando seus amores...

 

Falar de amor é coisa bem singela:

se for sincera, é uma lenta exposição,

se for fingida, um diário de ilusão,

toalha de inverno que no frio congela.

 

Quando são sonhos esquecidos nessa corda

a noite inteira, que só se vê quando se acorda...

 

Endurecidos por sereno e geada,

qual amor falso em busca de vantagem,

enquanto o verdadeiro mal se anima

 

e a emoção mais sincera é desprezada

pela ilusão de melhor tagarelagem

de qualquer conquistador parado à esquina!

 

GOROVINHAS IX

 

Também com livros acontece coisa assim:

tomamos deles o que nos interessa,

que se encaixe facilmente, nova peça,

quebra-cabeças completado enfim!

 

E ao comentarmos as nossas conclusões

com alguém que até buscamos convencer

e a quem emprestamos o livro para ler,

tiraram dele bem diversas as lições,

algumas vezes a assumir até o contrário,

que mais combine com seu velho itinerário.

 

Destarte a mesma passagem é interpretada

conforme a outra impressão que já formava,

sentença alguma seu parecer mudava,

somente a antiga opinião já reforçada.

 

E então ficamos sem poder nada entender:

mas está claro o que ali se pode ler!

 

Mas diz o outro que achou claro também,

de um jeito bem diverso do que achamos,

como se pode tal coisa confirmar?

 

Ou a companheira a nos olhar, porém,

como se nada do que interpretamos

pudesse o texto para si justificar...

 

GOROVINHAS X – 30 maio 2023

 

Amor sentir é expor-se mais ainda:

para a mulher importa mais a segurança

ou pelo menos manter uma esperança

de que esa segurança há de ser vinda.

 

Amor numa choupana é coisa pouca:

fica o poeta sentado à escrivaninha

e sua amante a cuidar pequena hortinha,

bela receita para pôr-se rouca –

caso contrário, os dois passarão fome,

que amor, por lindo seja, não se come...

 

É justamente o que transcorre com a poesia:

ainda bem que eu escrevo bem depressa,

mesmo enfrentando a fonte que não cessa,

como em versos iria gastar inteiro o dia?

 

Mas os poemas também são enxovalhados,

fios de sonho aos milhares ressecados.

 

Quando os arejo, se enche o ar de traças!

E é por isso que os repasso lentamente,

enquanto vou encordoando seus mil furos

 

e bordo neles cristalinas graças,

mas que depois esqueço totalmente,

nesses retábulos da mente mais escuros...

 

GOROVINHAS XI

 

É nesses furos que encontro mais beleza,

não nos restos mortais de suas mortalhas,

não nos cantos navais de suas navalhas,

mas em sua incerta certeza de incerteza.

 

Sabe-se lá o que esse eu do antanho

pensava ao redigir tantos rascunhos,

ossos doendo, massacrando os punhos,

sem aguardar sequer o menor ganho,

tão somente registrando o que escorria

por entre os dedos enquanto não dormia!

 

Mas não me entendas mal.  Estão inteiras

e bem legíveis as palavras nos cartões,

o que secou-me foram suas percepções,

ali gravadas em linhas corriqueiras.

 

Que o verbo nunca expressa exatamente

o que a alma ansiava mais premente.

 

As rimas correm, colares de cerejas,

pelo tampo da mesa e os sentimentos

nelas se afogam em cores de verniz.

 

Os versos brotam como brotoejas,

mas aqueles mais perfeitos pensamentos

nunca resultam tão bonitos quanto eu quis.

 

GOROVINHAS XII

 

Nunca fui tolo de o sonho acalentar

de viver inteiramente da poesia,

tal como não vivi da melodia,

que outros valores é preciso se aceitar.

 

Deste modo, a vida inteira trabalhei

e mil poemas só deixei para secar,

depois de toda a roupa retirar

do quaradouro em que o anil lancei;

escrevi mais de trezentas traduções

e exerci bem variadas profissões.

 

Sempre ganhei o pão de cada dia,

nunca obriguei a esposa, coitadinha!

a viver dos repolhos de sua hortinha,

plantou flores no jardim porque as queria.

 

Comprei-lhe mudas com o fruto do trabalho

que lhe pagou tanto a cebola quanto o alho!

 

Mas ainda versos escrevo em intervalos,

rápida corre a ponta da caneta,

enquanto a Lua corre e o Sol se esconde,

 

nunca deixando os deveres meus trocá-los,

ainda que nutra essa ambição secreta

de largar tudo e me perder quem sabe aonde!

 

GOROVINHAS XIII – 31 maio 2023

 

Mesmo assim, nunca falha a maravilha:

sempre levo o coração, que desbotado

já ficou de tantos versos, esfarrapado,

puído de torcer na água da bilha...

 

Meu coração, que já tornou-se cor-de-rosa,

que me perdõe a próclise, que a métrica

me vale muito mais do que essa tétrica

gramática, das traças fiel esposa.

Meu próprio fígado já se encontra esburacado

na dionisíaca cirrose do pecado.

 

Não que me deixe levar por boemia,

minhas falhas todas são muito responsáveis

e se recusam a bebedeiras mais amáveis,

que o corpo inteiro por igual recusaria.

 

Mesmo meu cérebro deixou de ser cinzento,

embranqueceu, coitado! E o velho pensamento

 

não tem nele lugar, tão só a emoção

ou esse longo esfiapar de mil deveres

para os impostos e as taxas sorridentes

 

e fazer minha própria ladainha de oração,

sem qualquer penitência, por prazeres

já enxovalhados, só por se achar ausentes!

 

GOROVINHAS XIV

 

Também a história humana é roupa suja,

lavada apenas pelos vencedores,

vastos ódios liquefeitos em amores,

com mil louros de glória por lambuja!

 

De quando em vez me aparece um jornalista,

um pouco mais raramente um escritor

que se disponha a aplicar outro lavor

nesse relato das guerras de conquista:

seus depoimentos são mal assimilados,

sob outros mil depois bem enterrados.

 

É trabalhoso mudar livros de história:

já levaram cem anos de ironia

a convencer que do Brasil a monarquia

valeu bem menos que a republicana glória...

 

Ainda recordo daquele falso plebiscito

com que iludiram ao povo nesse grito

 

de ser democracia, porém já calculado,

desde o começo, com o parlamentarismo

e a monarquia sem termos de defesa.

 

Hoje só posso, num sorriso ensimesmado,

ver como é falso esse presidencialismo

que só promove a si mesmo, com certeza!

 

GOROVINHAS XV

 

Lavadas as ceroulas da memória,

alçada ao vento a glória dos fundilhos,

louvemos dessa história os falsos brilhos,

empoeirados pela lama de sua escória!

 

Essa matilha de veraz corrupção,

que só foi por breve instante controlada

após o Império, em que seria mais domada

nos breves anos da Revolução,

mas quando se afirmou a Democracia,

foi empregada como a Lei da Orgia!

 

O povo foi de novo esquartejado,

nunca pagando assim tantos impostos,

nunca sendo à violência mais expostos

do que depois de ter sido instaurado

 

o que chamaram de “democratização”,

mais compreendida pela liberação

 

da mais escancarada roubalheira,

cada partido ao povo mais traindo,

cada político buscando a sua vantagem...

 

E contudo, a brava gente brasileira,

apesar de um governo assim malvindo,

ainda trabalha diariamente com coragem!

 

GOROVINHAS XVI

 

Mas de repente, acata de um estranho,

sem pôr em dúvida, os mesmos argumentos

e se arguída sobre esses pensamentos,

nada responde, sem saber seu ganho.

 

Porém afirma, na maior convicção,

o que lhe haviam dito anteriormente,

negando-se a aceitar o transparente

e incontestável motivo de razão

e nos afirma ter-nos dito até o contrário

e só agora o resultado encontra vário.

 

Comigo isso ocorreu vezes sem conta:

parecem esquecer completamente

o que haviam renegado anteriormente,

se o resultado sua lembrança afronta.

 

É tão estranha essa memória seletiva,

quando a memória esperneia ainda bem viva!

 

Só então eu vou buscar nas minhas fontes

e lá se encontra a frase que eu dissera,

recebida na ocasião com zombaria

 

e assim eu vejo quão ralas são as pontes:

tão diferente sendo aquilo que se espera,

como é diverso do que antes se dizia!

 

GOROVINHAS XVII – 1º JUNHO 2023

 

Este fenômeno é até mesmo conhecido,

 pela polícia, cujos interrogatórios

precisa realizar, após notórios

crimes, depoismento a ser recolhido

 

de qualquer transeunte ou de um passante,

que poderia servir de testemunha

e até já recebeu, como sua alcunha,

“Memórias Virgens”, por ser tão interessante

essa notória variedade das lembranças

entre aqueles que assistiram tais instâncias.

 

“Era homem negro ou branco, era alto ou baixo,

fugiu num carro azul, verde, amarelo,

encarnado, garança ou branco-gelo,

as mil contradições formando um cacho

 

Porque a memória humana é flacidez,

cada um relata o que a impressão lhe fez.

 

E quanta gente foi já condenada assim,

devido a qualquer falso reconhecimento,

que parecia ser justo e bem sincero!

 

E só desejo não recaia sobre mim

essa terrível noção de julgamento:

nunca ser membro de um júri firme espero!

 

GOROVINHAS XVIII

 

Sei que a memória também a mim engana,

querendo relembrar o que me agrada,

juntamente com o que mais me desagrada,

em punição de minha própria culpa humana.

 

São relembradas as desilusões,

igual que os bons momentos de sucesso

e para me castigar, quando não peço,

mais me recorda daquelas ocasiões

em que as más ações eu pratiquei,

manifestadas contra ideais que herdei.

 

Mas por mais claras que sejam as memórias,

não se comparam com a realidade,

elas não mais que disfarçam minha verdade,

ouro e chumbo a refletir-se em tais histórias.

 

De fato, só lembro do muito que lembrei

dessas camadas de lembrar que acumulei.

 

Outras que os fatos verdadeiros do passado,

sendo as dores em geral mais atenuadas

e ampliados muitos dos prazeres.

 

E por mais que me sinta atribulado,

são só memórias de ilusões acumuladas,

que me impelem a cumprir novos deveres.

 

GOROVINHAS XIX

 

E assim ocorre com minhas trezentas traduções:

passado o tempo da vasta semeadura,

após o tempo em que a colheita dura,

pouco recordo de suas vastas extensões,

 

mesmo porque eu quase nunca leio

esses livros impressos que recebo;

eu os conservo igual que vinho eu bebo,

meses ou anos passados de permeio,

até que o tempo os encorpe e enriqueça

ou o veu do esquecimento também desça!

 

E pior ainda ocorre com meus versos,

que chego a esquecer completamente:

bastante rara a exceção que se apresente,

tomaram asas e no céu foram dispersos.

 

Já não precisam ser confiados à memória,

foram lançados para a vastidão inglória.

 

Lancei na rede sonetos aos milhares,

que quando os leio, me provocam sensação,

igual que lidos pela vez primeira

 

e assim me afogo em seus espanadares,

versos lançados sem absolvição,

para enfrentarem qualquer sina derradeira.

 

GOROVINHAS XX

 

Porque, enfim, esse é o destino do poeta:

que escreva versos por pura oompusão,

alguns são seus, outros porém, nem são,

só retratos de ilusão que a mente afeta.

 

Nesse momento entoado da canção,

breve domino o sonho transitório,

subsidiado por alheio exclamatório,

porém sujos por roçar na multidão,

que ao mundo expus, após serem lavados,

para serem novamente enodoados.

 

Mas mesmo assim, são retalhos de minha alma,

os pecadilhos de minha roupa de baixo,

essas culpas pequenas em que encaixo

minhas pressas e temor em breve calma.

 

Poemas mansos, sonetos mais peraltas,

lançados ao estridor de incultas maltas.

 

Sem pena os lanço às criticas do mundo,

nesses meios eletrônicos do agora,

enquanto a inquietaçao no peito ruja,

 

em seu conjunto com o palpitar imundo

de cada erro cometido outrora,

nada mais que malcheirosa roupa suja...

 

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