domingo, 21 de dezembro de 2014





O ANEL ENCANTADO
(Folclore francês, recolhido pela Condessa de Murat, versão poética de
William Lagos, 18 nov 2014)

O ANEL ENCANTADO I

Há outra nação, num plano diferente,
que as vovós chamam de País das Fadas...
Seu nome, naturalmente, é bem diverso
e ali habita o Povo Léchy, contente,
nas muitas terras que ali podem ser achadas;
há seres benignos e os de má qualidade,
que raramente chega a ver a humanidade,
em nosso mundo de material inverso.

Na maioria, não nos fazem bem ou mal
fadas ou gnomos, que para nós são invisíveis,
quando resolvem nossas casas visitar;
mas muita gente os teme e é natural
que nossos atos sejam imprevisíveis...
Porém, às vezes, nos visitam em excursão
e só risinhos escutamos na ocasião,
pois nos pretendem apenas espiar...

Entre os humanos também existem feiticeiros,
sempre movidos pela ânsia de poder,
que os maus espíritos procuram invocar;
para isso existem os silfos e guerreiros:
conduzi-los de volta é o seu dever,
para as mais áridas das vastas regiões,
em que só lançam uns aos outros maldições,
sem os bons espíritos poderem dominar.

Essa nação se divide em muitas terras,
governadas por reis ou por princesas,
cuja aparência é totalmente humana
e às vezes, também travam as suas guerras,
mas sem armas de fogo.  Ataques e defesas
se embasam mais em atos de magia,
numa estratégia de poderosa fantasia
prendendo os monstros em sua região profana. 

O ANEL ENCANTADO II

Ora, existia uma fada poderosa,
chamada Danamot, que um príncipe enxergara (*)
em sua bacia mágica e o trouxera
para os salões de sua mansão formosa
e de todos os poderes o privara,
até o ponto de julgar ser só humano,
sem qualquer poderio sobre-humano,
pois de tudo olvidar ela o fizera.
(*) Este nome se pronuncia “Danamô”.

Houvera guerra contra maus gigantes
e nessa luta, alguns silfos pereceram,
entre eles o irmão de Danamot
e os pais do príncipe, ainda infantes
deixando os filhos, quando faleceram.
Aquele príncipe se chamava Percival,
Arlette a sobrinha, de beleza divinal
e por magia, ela os dois reinos dominou.

Colocara um vice-rei a governar,
em seu nome, o país de seu irmão
e mais um outro conseguira introduzir
para de Percival o reino controlar,
como regente, à espera da ocasião
em que o príncipe chegasse à maioridade
e sua sobrinha Arlette à puberdade,
sem desejar sua independência permitir.

Bem, Danamot uma filha também tinha,
inteligente, mas sem grande beleza,
chamara Alzira – e queria se casasse
com Percival, pois seguiria a rainha,
através dela, do outro reino, com certeza;
ao mesmo tempo, treinou um serviçal,
chamado Ormond, para ser seu general
e este queria que a Arlette desposasse!...

O ANEL ENCANTADO III

Tinha certeza que Ormond obedeceria,
por respeitar desde menino seu poder;
e destarte, sobre os três reinos mandaria:
por Alzira a Percival controlaria
e por Ormond sobre Arlette iria reger...
Porém seu planos ocultava Danamot;
em sua obediência a Percival treinou,
que nem sabia da herança que possuía.

Mas “fada põe e Deus dispõe”, diz o ditado
e foi assim igual com esses planos:
Arlette e Percival se apaixonaram!...
E o intuito de Danamot seria frustrado;
mandou a sobrinha, envolta em negros planos
para a torre do castelo de seus pais,
achando que, por meios naturais,
se esqueceriam, depois que se afastaram...

Mas embora fossem dois adolescentes,
Percival e Arlette se amavam de verdade...
A fronteira entre os dois reinos era um rio.
Durante a noite, Percival fazia frequentes
visitas à sua amada, sem maldade,
atravessando todo o rio a nado,
acompanhado por seu fiel criado,
quer no calor, quer em ocasião de frio...

Eventualmente, revelaram a Danamot
esses passeios de Percival a nado.
Ela primeiro pensou em proibir,
mas depois melhor plano arquitetou,
logo adiantando o matrimônio já marcado;
e disse a Ormond: “Dentro de quinze dias,
com minha sobrinha Arlette casarias,
mas ninguém pode tal notícia ouvir!...”

O ANEL ENCANTADO IV

“No mesmo dia, vou oficiar o matrimônio
de minha filha Alzira e Percival;
ele não ousará recusar abertamente,
pois não sabe possuir vasto patrimônio,
maior ainda que meu grande cabedal,
enquanto sabe que Alzira tem bom dote;
já contratei com juiz e sacerdote,
mas a notícia deverá vir de repente...”

“Não desejo que ele tente se evadir!...”
“Mas por que?” – disse Ormond – “Alzira é bela!”
De fato, por ela já estava enamorado,
mas não ousaria sua mão à mãe pedir,
pois só era general por graça dela...
“Minha filha é muito bela, como não!
Mas sei de fato que, por feia ingratidão,
Percival pode estar por outra apaixonado!...”

Ormond prometeu guardar segredo,
mas o ordenança era seu confidente
e lhe contou, total sigilo lhe pedindo;
já o ordenança também tinha o seu enredo
e revelou, sob um segredo permanente,
a uma jovem e bela camareira,
que era filha de uma velha cozinheira
que à mãe contou, por caluda lhe insistindo!...

Mas cada um que sabe de um segredo,
sobre a língua sente cócegas depressa...
Em quatro dias, todos já sabiam!...
E o pajem de Percival, com certo medo,
lhe revelou a conversa que não cessa...
E à ama de Arlette, quando veio buscar leite,
contou uma amiga a notícia com deleite!...
Logo a ameaça os namorados conheciam!...

O ANEL ENCANTADO V

Mais uma vez Percival a corrente atravessou
e combinou em breve fuga com Arlette!...
Mas de novo Danamot mudou de ideia
e para o castelo a sobrinha convocou!
E para melhor garantir o seu joguete,
deu belíssima espada a Percival,
joias formando uma legenda sem igual:
Para a mão do vencedor! – qual em epopeia!

Está claro que Percival agradeceu,
porém ficou tremendamente desconfiado
e seu pajem mandou à sua madrinha,
com uma carta em que tudo esclareceu,
pois era fada e sempre o havia apoiado
com presentes e roupas, muito embora
evitasse interferir com a outra senhora,
que além de poderosa, era rainha!...

Sua madrinha, chamada Favorável,
mandou-lhe logo outra carta e um anel,
explicando sua verdadeira situação:
que sua riqueza era quase incalculável,
que aos dezoito anos, não era mais donzel
e já deveria ter assumido a sua herança
para com Arlette realizar sua esperança;
mas precisavam escapar dessa armação!

Aquele anel só quatro prendas lhe daria,
portanto, que ele o usasse com cuidado!
Mas nem um só instante Danamot
conversar com sua Arlette permitia...
O anel de quatro metais era forjado:
com ouro, prata e cobre sobre ferro;
deste modo, para evitar o deu desterro,
em torno ao dedo, num impulso, ele o girou!

O ANEL ENCANTADO VI

No mesmo instante, lhe apareceu Arlette,
acompanhada de sua ama fiel
e logo o pajem veio avisar a Percival,
que albardara três cavalos e seu ginete
e assim fugiram da tal fada cruel
e logo estavam a galope no caminho;
porém o ferro se fundira no anelzinho,
sua prenda gasta da maneira mais total!...

Como era noite, conseguiram se escapar
e Danamot só ficou sabendo de manhã,
mandando Ormond atrás deles com soldados
e ordenando à criadagem castigar
e às sentinelas, por sua vigília vã!...
Os quatro amigos cavalgaram com coragem,
mas apesar de sua inicial vantagem,
os seus cavalos logo estavam já cansados...

Ao mesmo tempo, em fazenda ou estalagem,
Ormond e a tropa os seus podiam trocar
e finalmente, já quase os apanharam!...
Esconderam-se em um bosque e, com coragem,
Percival já pretendia os enfrentar,
mas o seu pajem lhe chamou a atenção:
“Use, Príncipe, o anel que traz na mão!...”
E ao poder da boa fada se entregaram...

Ainda estavam no reino de Danamot
e ali era escasso o poder de Favorável:
precisavam alcançar o seu castelo!...
Mas quando Percival o anel girou,
surgiu um gnomo de aspecto honorável,
o qual lhes fez sinal para segui-lo
e os conduziu a uma gruta de berilo;
depois que entraram, fechou-se como um selo!

O ANEL ENCANTADO VII

Seguiram por um túnel iluminado,
paredes e teto cobertas de cristais,
até chegarem em magnífico salão
e divisaram, em belo trono sentado
um velho anão, de barbas senhoriais,
com uma coroa brilhante na cabeça,
manto de asperges e uma enorme peça
de diamante a reluzir em seu bastão.

Atravessaram uma vasta multidão
de gnomos e anões de muitas cores,
modestamente vestidos de estamenha
ou joias a exibir em profusão,
as damas em seus trajos multicores,
alguns outros de uniformes e armaduras,
as longas barbas disfarçando feições duras,
sem aprovar qualquer humano que ali venha...

Disse o anão: “Eu me chamo Percinet,
rei de todos os gnomos inconteste;
em geral, nos perseguem os humanos;
desaprovação em meus súditos se vê,
porém Favorável, a quem obedeceste,
nos pediu hospitalidade demonstrar
e em meu palácio podereis ficar
uma semana e mais um dia, sem enganos!”

Percival, Arlette e seus criados
foram de fato muito bem recebidos
e logo os anões perderam a reserva,
sentindo que eram bem-intencionados,
não mais que fugitivos desvalidos,
que seus tesouros roubar não pretendiam;
e aqueciam seus banhos e os serviam,
com prazer, mesmo ao pajem e à velha serva.

O ANEL ENCANTADO VIII

De uma semana e um dia a permanência
finalmente se esgotou e eles surgiram
no mesmo ponto em que haviam desaparecido;
seus cavalos os aguardavam com paciência,
na longa senda de imediato prosseguiram,
mas Percival notou que, em seu anel
sumira o ouro que houvera no broquel,
só prata e cobre tinham permanecido...

Seu caminho percorriam com cuidado,
estando longe o bastião de Favorável,
mas assim que pensaram estar seguros,
de um bosque disparou bando apressado,
comandado por Ormond, rosto indomável...
Mas novamente Percival girou o anel,
contra o inimigo suplicando por quartel
e de caniços se ergueram longos muros...

Ao mesmo tempo, abriu-se a seu redor
um amplo lago de encapeladas águas;
só numa ilhota ficaram os fugitivos,
mas uma ninfa apareceu num resplendor,
em um batel atravessando as fráguas!
Entraram todos nessa embarcação,
abandonando os cavalos na ocasião:
sem que os tocassem, os remos já ativos!

Chegaram assim até um redemoinho,
em que o barco afundou, rapidamente.
Ormond pensou que se haviam afogado
e retornou por sobre o seu caminho,
prestando contas a Danamot, paciente...
“Você é um idiota, Ormond!” – disse-lhe a fada.
“Essa gente foi por mágica auxiliada!
Retorne agora e cumpra o seu mandado!...”

O ANEL ENCANTADO IX

Na realidade, o pequeno grupo não sofrera
sequer momento de sufocação:
permeio às águas abriu-se uma passagem;
havia uma gruta de nácar à sua espera,
iluminada por fosforescente brotação
e logo chegaram a mais um lindo castelo,
habitado por um povo muito belo:
náiades, sereias e tritões de grã coragem!

Ali cercada por uma guarda de delfins
divisaram uma belíssima rainha:
“Sou Maná, a rainha das sereias;
Favorável é minha amiga e os maus fins
de Danamot, essa tal fada mesquinha,
eu sempre combati, porque meu povo,
mais de uma vez, ela perseguiu de novo,
capturando-o com redes e com teias!...”

“Conservaremos perfeita bolha de ar
nos aposentos que lhes destinarmos,
embora nós mesmos só água respiremos.
No meio de nós podeis então ficar
por uma semana e dois dias, para dar-nos
um relato de sua vida lá no alto;
estabeleceremos aliança num ressalto
e à superfície então os levaremos.”

Leitos de musgo foram preparados
e diariamente alimentados em festim,
orquestra e cantos com as mais belas danças;
porém os nove dias já passados
foram levados à superfície, enfim,
onde os cavalos os estavam a esperar;
o lago mágico assistiram se esgotar
e os caniços cortados por dez lanças. 

O ANEL ENCANTADO X

Após se despedirem dos tritões,
retomaram a marcha os companheiros,
por quatro dias, sem qualquer percalço,
consumindo as recebidas provisões,
bem descansados os seus parelheiros;
porém a prata também havia sumido
e só o cobre em seu anel era contido:
Fazer não posso quaisquer pedidos falsos!

Mas no final daqueles quatro dias,
com Ormond outra vez se depararam,
que o mandato de Danamot obedecia;
girando o anel qual em suas prévias vias,
enormes chamas ao redor lhes crepitaram,
impedindo a passagem dos soldados;
e como os pastos ficaram ali carbonizados,
acreditaram que o grupo inteiro se perdia!...

De fato, os soldados tiveram de recuar
e só voltaram após apagado o fogaréu,
dizendo a Ormond ser inútil prosseguir;
mas o general decidiu não se afastar:
“Danamot nos protege com seu véu!
Os fugitivos nos hão de retornar...
Portanto, aqui iremos acampar,
caso contrário, acabarão por nos fugir!”

Como os soldados tinham provisões,
seria só um descanso o acampamento
e obedeceram a Ormond sem reclamar,
embora achassem serem tão só ilusões
dos fugitivos qualquer retornamento...
Mas com paciência o general aguardou;
A espera de outra vez recompensou
e castigado serei se retornar!...

O ANEL ENCANTADO XI

Naturalmente, o anel os protegera;
foram chamados por um manso dragão,
que os conduziu ao centro da fogueira,
cuja chama nem sequer os sapecara...
Então formou-se um vermelho turbilhão,
iluminado com faíscas e fagulhas,
por geniozinhos de arteiras bulhas,
que os conduziram até mansão fagueira...

Lá encontraram uma chama crepitante:
“Sou Ignis,” o gênio se apresentou,
“O Rei das Salamandras e dos Vulcões;
nosso fogo manterá um nível constante
e como antes, a nenhum os chamuscou,
mal algum lhe fará nas estadias
de uma semana e mais três dias,
em que estiverem sob nossas proteções!”

Mas transcorrido o prazo mencionado,
viu-se o cobre completamente desfazer
e com os demais metais estar fundido;
Em seu lugar surgiu um dístico gravado:
Usaste depressa demais o meu poder!
Mas o castelo de sua madrinha Favorável
achava-se perto e por trilha agradável;
pensou o príncipe se achar já protegido...

Mas ai dele!  Em menos de uma hora,
já avistava Ormond e seus soldados
e o anel não mais servia para nada!...
A lutar decidiu-se sem demora;
pelos inimigos achavam-se cercados:
sacou a espada e ao rival desafiou;
Ormond a própria arma então sacou:
era a coragem dos dois emparelhada!...

O ANEL ENCANTADO XII

Contudo, após meia dúzia só de embates,
a bela espada que lhe dera Danamot
espatifou-se, quebrada em mil pedaços!
Ormond sorriu e suspendeu os combates;
que a Percival amarrassem ele ordenou
e igualmente à princesa e aos criados:
ela com corda de seda e mil cuidados,
todo o grupo a retornar sobre seus passos!

Em vão deu Percival voltas ao anel,
até que um jovem de beleza singular
surgiu nos ares, meneando sua cabeça:
“Dos Silfos não podes receber quartel,
por uma volta de teu anel desperdiçar;
deves, portanto, ceder a Danamot,
que facilmente já te aprisionou:
foi a ti mesmo que pregaste feia peça!...”

Sem mais receio, prosseguiram na viagem,
até o palácio da malvada Danamot,
que a Ormond elogiou profusamente;
mas Percival e Arlette, com coragem,
se recusaram a fazer o que mandou
e nas masmorras foram aprisionados,
a pão e água, só um pouco torturados:
aleijar não os queriam, realmente!...

Enquanto isso, tanto Ormond quanto Alzira
conversavam, claramente consternados
e seu amor um pelo outro confessaram,
mas a Danamot seu pedido nada inspira
e começou a fazer feitiços caprichados
por demudar àqueles quatro corações!...
Seus poderes a despender em profusões,
mas os bruxedos em nada lhe adiantaram!

O ANEL ENCANTADO XIII

Enquanto isso, a ama e o criado,
após um breve castigo nominal,
ela deixou andar à solta no castelo;
seu interesse não fora por eles despertado;
queria o domínio apenas, afinal,
dos jovens que seus planos haviam frustrado;
a Alzira e Ormond havia dominado
e obedeceriam a seu coração de gelo!...

Porém o pajem se escapou para apelar
mais uma vez, à generosa Favorável,
que por ele enviou uma Virtude
e de algum modo conseguiu-a transportar
até a cela em que sofria, miserável,
o seu patrão, sob a fome no recalco...
“Senhor, seu anel virou Oricalco,
pelo poder com que Favorável o escude!...

Assim os quatro metais se haviam fundido
e então mesclado no Oricalco da alquimia!...
Logo Percival pôde abrir a sua prisão,
tirando Arlette do calabouço protegido,
do metal mágico com o fogo na sua mão,
que de imediato restaurou-lhes a energia:
logo ele forte e Arlette bela se fazia,
enriquecida ainda mais a sua paixão!...

Mas quando os dois saíram da prisão,
depararam com Ormond e com Alzira!
Por um momento, julgaram-se perdidos!
Porém Alzira à bela prima deu a mão
e disse Ormond: “Não temam que eu os fira!”
E assim os dois casais se combinaram
e a Danamot os quatro confrontaram,
ela furiosa por ver seus planos demolidos!

O ANEL ENCANTADO XIV

Danamot ordenou a seus soldados
que prendessem a seu próprio general;
ficaram estes sem saber o que fazer;
então apelou para monstros invocados,
mesmo diabos que só fariam o mal,
já sem pensar em ser obedecida,
mas somente sua vingança ver cumprida:
que a própria filha tivesse que morrer!

Mas o anel possuía agora uma Virtude
que só o Oricalco poderia conceder
e os monstros, um a um, se desmancharam,
até que ela invocou um bando rude
de hárpias – que já estavam a vencer
e teriam todos, afinal, estraçalhado,
se Favorável não surgisse do seu lado,
diante de quem mesmo as hárpias se curvaram!

E então voltaram-se contra Danamot,
que se refugiou em alta torre do castelo,
mas a sua porta logo as feras arrombaram
e a fada má pela janela se atirou,
querendo a morte com o maior anelo!
Logo as hárpias foram a janela atravessar
e Danamot capturaram em pleno ar
e depois a seu covil a transportaram!...

Assim, de fato, se realizaram os casamentos,
sob o comando da generosa Favorável:
Alzira com Ormond; e com Arlette, Percival,
vastos festejos, fogos e encantamentos,
em data tida para sempre memorável;
Arlette e Percival os seus dois reinos reuniram,
Alzira e Ormond a Danamot substituíram,
e depois formaram uma aliança triunfal!...

EPÍLOGO

De Danamot nunca jamais se soube,
porém felizes foram os dois casais,
tanto quanto o podem ser mortais,
com gnomos e náiades a se aliar
e às salamandras e mil silfos do ar;
tratando o povo com justiça e com bondade,
entre os reinos se conservou fraternidade...
Termino o Epílogo porque aqui nada mais coube!

William Lagos
Tradutor e Poeta
Blog:
www.wltradutorepoeta.blogspot.com




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