JOVENS DE ROMA XXXI
POMPÍLIA
DE NADA ME SERVIU TER SIDO HONESTO
E NUNCA LHE MENTIR, SEMPRE SINCERO
E CUMPRIDOR DE MINHA PROMESSA, UM VERO
ROMANO ANTIGO, EM TUDO MANIFESTO.
E LOGO EU, QUE GOSTO DE CARINHO,
DE SER GENTIL, AMÁVEL, CONTRIBUINDO,
COM MAIS DO QUE MINHA PARTE, RETRIBUINDO
O GESTO INESPERADO, QUAL ESPINHO,
COM MAIS AGRADOS... QUANTA VEZ PERDOEI
A FRASE AMARGURADA E IMERECIDA...
OU PELO QUE ELA FEZ, ME DESCULPEI...
E AGORA, ELA ME DIZ NÃO TER PACIÊNCIA,
NEGANDO-ME A BELEZA INFLORESCIDA
DE SEU SORRISO, EM CRUA IMPENITÊNCIA...
AS JOVENS DE ROMA XXXII
VÓLSCIA
POR QUE ME PROCUROU, PREOCUPADA,
QUERENDO MAIS SABER QUE REVELAR?
POR QUE ME DIRIGIU, SÓ DE CULPADA,
A ESCUSA DE UMA AUSÊNCIA A DEMONSTRAR?
PORQUE SE AFASTA TANTO, MESMO AO LADO,
SÃO TANTAS AS MULHERES EM SUA MENTE!...
E EU NÃO CONSIGO, VIVO ATRIBULADO
COM TAL MUDANÇA A RECICLAR FREQÜENTE.
ATÉ PARECE QUE LHE DEI UM DIA
MOTIVOS PARA ÓDIO, LOGO EU
QUE JAMAIS A TRAÍ, QUE, AO CONTRÁRIO,
TANTA VEZ FUGI AO GOZO MULTIFÁRIO,
ATÉ QUE ESSA EMOÇÃO QUE ME SURGIA
MATASSE UM SONHO QUE NEM SEQUER FOI MEU...
AS JOVENS DE ROMA XXXIII
VITÉLLIA OU A PEDRA DE SANGUE
MAMILOS PEQUENOS, MAMILOS DE ROSA,
DE ROSA MAMILOS, DE ROSA BOTÃO,
CONTIDOS A MEDO, COMO É PODEROSA
A MÓRULA TÍMIDA DE TAL ATRAÇÃO...
DEPOIS, PELO PÚBIS DE ESCASSOS CABELOS,
OS DEDOS ANSIOSOS, A FÚRIA DOS DEDOS,
OS OLHOS DOS DEDOS, DOS DEDOS DESVELOS,
NA BUSCA INCESSANTE DE NOVOS SEGREDOS...
E ENTÃO, FINALMENTE, AO ABRIR-SE DA TÚNICA
E NA QUEDA DA TOGA E NA ÂNSIA FRENÉTICA
DA CARNE TOMADA, AO CANTAR DE AFRODITE,
É CÁLIDA A INFRAÇÃO, EM TAL OFENSA JÚNICA,
DA MENTE DUVIDOSA, DE TODA CULPA CÉTICA,
DE TAL AMOR FRUÍDO EM CLIMA DE ANTRACITE...
AS JOVENS DE ROMA XXXIV
LAEPIDA
DIZEM QUE AMOR COMEÇA EM PRIMAVERAS
E VAI SUMINDO DO INVERNO AO BAFEJAR.
DIZEM QUE AMOR NÃO DURA LONGAS ERAS
E QUE RÁPIDO ENROUQUECE O SEU CANTAR.
POR SER, DE NATUREZA, TRANSITÓRIO,
COMO PINGOS DE SANGUE NUM REGATO
SE EXPANDEM RÁPIDO, NUM CIRCUNCISÓRIO
ABRANGER, A SE ESPALHAR INTIMORATO.
E DEPRESSA SE VÃO, CORRENTE ABAIXO...
MAS MEU AMOR FOI ALGO DIFERENTE,
MUITO MAIS PURO, BRANDO, DOCE E TERNO.
AMOR DE JULHO, AMOR EM QUE ME ENCAIXO,
AMOR DE RARO DOM E DOM FREQÜENTE
DE QUEM SE ENTREGA ASSIM A AMOR DE INVERNO.
AS JOVENS DE ROMA XXXV
FÚRIA
ELA ME VIU NO PÓDIO DO SENADO,
DURANTE UMA PALESTRA À ASSEMBLÉIA,
NUM DEBATE IMPORTANTE, QUE PLATÉIA
TROUXERA A TAL DISCURSO, DE INFLAMADO
INTERESSE PARA A ÉPOCA E INDIFERENTE
PARA OS DIAS QUE CORREM: TUDO PASSA.
[TÃO LOGO SUA LEMBRANÇA SE DESFAÇA
E NOSSO CORAÇÃO NÃO MAIS ESQUENTE].
ENTÃO ME AMOU, COM A FÚRIA DE SEU NOME:
LEVOU-ME EM SUA LITEIRA, ATÉ SEU CLÍNIO,
PARA QUE AMOR FIZÉSSEMOS, SEM PAUSA.
PORÉM DESEJO PASSA E SE CONSOME...
E LOGO O NOSSO VIU O SEU DECLÍNIO,
QUE É TRISTE O AMOR QUE FAZ AMOR SEM CAUSA.
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