segunda-feira, 17 de agosto de 2020

 

 

JOVENS DE ROMA XXXI

POMPÍLIA

 

DE NADA ME SERVIU TER SIDO HONESTO

E NUNCA LHE MENTIR, SEMPRE SINCERO

E CUMPRIDOR DE MINHA PROMESSA, UM VERO

ROMANO ANTIGO, EM TUDO MANIFESTO.

 

E LOGO EU, QUE GOSTO DE CARINHO,

DE SER GENTIL, AMÁVEL, CONTRIBUINDO,

COM MAIS DO QUE MINHA PARTE, RETRIBUINDO

O GESTO INESPERADO, QUAL ESPINHO,

 

COM MAIS AGRADOS... QUANTA VEZ PERDOEI

A FRASE AMARGURADA E IMERECIDA...

OU PELO QUE ELA FEZ, ME DESCULPEI...

 

E AGORA, ELA ME DIZ NÃO TER PACIÊNCIA,

NEGANDO-ME A BELEZA INFLORESCIDA

DE SEU SORRISO, EM CRUA IMPENITÊNCIA...

 

 

AS JOVENS DE ROMA XXXII

VÓLSCIA

 

POR QUE ME PROCUROU, PREOCUPADA,

QUERENDO MAIS SABER QUE REVELAR?

POR QUE ME DIRIGIU, SÓ DE CULPADA,

A ESCUSA DE UMA AUSÊNCIA A DEMONSTRAR?

 

PORQUE SE AFASTA TANTO, MESMO AO LADO,

SÃO TANTAS AS MULHERES EM SUA MENTE!...

E EU NÃO CONSIGO, VIVO ATRIBULADO

COM TAL MUDANÇA A RECICLAR FREQÜENTE.

 

ATÉ PARECE QUE LHE DEI UM DIA

MOTIVOS PARA ÓDIO, LOGO EU

QUE JAMAIS A TRAÍ, QUE, AO CONTRÁRIO,

 

TANTA VEZ FUGI AO GOZO MULTIFÁRIO,

ATÉ QUE ESSA EMOÇÃO QUE ME SURGIA

MATASSE UM SONHO QUE NEM SEQUER FOI MEU...

 

 

AS JOVENS DE ROMA XXXIII

VITÉLLIA  OU A PEDRA DE SANGUE

 

MAMILOS PEQUENOS, MAMILOS DE ROSA,

DE ROSA MAMILOS, DE ROSA BOTÃO,

CONTIDOS A MEDO, COMO É PODEROSA

A MÓRULA TÍMIDA DE TAL ATRAÇÃO...

 

DEPOIS, PELO PÚBIS DE ESCASSOS CABELOS,

OS DEDOS ANSIOSOS, A FÚRIA DOS DEDOS,

OS OLHOS DOS DEDOS, DOS DEDOS DESVELOS,

NA BUSCA INCESSANTE DE NOVOS SEGREDOS...

 

E ENTÃO, FINALMENTE, AO ABRIR-SE DA TÚNICA

E NA QUEDA DA TOGA E NA ÂNSIA FRENÉTICA

DA CARNE TOMADA, AO CANTAR DE AFRODITE,

 

É CÁLIDA A INFRAÇÃO, EM TAL OFENSA JÚNICA,

DA MENTE DUVIDOSA, DE TODA CULPA CÉTICA,

DE TAL AMOR FRUÍDO EM CLIMA DE ANTRACITE...

 

 

AS JOVENS DE ROMA XXXIV

LAEPIDA

 

DIZEM QUE AMOR COMEÇA EM PRIMAVERAS

E VAI SUMINDO DO INVERNO AO BAFEJAR.

DIZEM QUE AMOR NÃO DURA LONGAS ERAS

E QUE RÁPIDO ENROUQUECE O SEU CANTAR.

 

POR SER, DE NATUREZA, TRANSITÓRIO,

COMO PINGOS DE SANGUE NUM REGATO

SE EXPANDEM RÁPIDO, NUM CIRCUNCISÓRIO

ABRANGER, A SE ESPALHAR INTIMORATO.

 

E DEPRESSA SE VÃO, CORRENTE ABAIXO...

MAS MEU AMOR FOI ALGO DIFERENTE,

MUITO MAIS PURO, BRANDO, DOCE E TERNO.

 

AMOR DE JULHO, AMOR EM QUE ME ENCAIXO,

AMOR DE RARO DOM E DOM FREQÜENTE

DE QUEM SE ENTREGA ASSIM A AMOR DE INVERNO.

 

 

AS JOVENS DE ROMA XXXV 

FÚRIA

 

ELA ME VIU NO PÓDIO DO SENADO,

DURANTE UMA PALESTRA À ASSEMBLÉIA,

NUM DEBATE IMPORTANTE, QUE PLATÉIA

TROUXERA A TAL DISCURSO, DE INFLAMADO

 

INTERESSE PARA A ÉPOCA E INDIFERENTE

PARA OS DIAS QUE CORREM: TUDO PASSA.

[TÃO LOGO SUA LEMBRANÇA SE DESFAÇA

E NOSSO CORAÇÃO NÃO MAIS ESQUENTE].

 

ENTÃO ME AMOU, COM A FÚRIA DE SEU NOME:

LEVOU-ME EM SUA LITEIRA, ATÉ SEU CLÍNIO,

PARA QUE AMOR FIZÉSSEMOS, SEM PAUSA.

 

PORÉM DESEJO PASSA E SE CONSOME...

E LOGO O NOSSO VIU O SEU DECLÍNIO,

QUE É TRISTE O AMOR QUE FAZ AMOR SEM CAUSA.

 

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