A
VELHA DA MOSCA 12(13)/10/2018
(Folclore
dos Estados Unidos, versão poética WILLIAM LAGOS)
A VELHA DA
MOSCA – 12 OUT 18
A JIBÓIA –
13 OUT 18
AS CAVEIRAS
– 13 OUT 18
A TOPADA –
13 OUT 18
A
VELHA DA MOSCA – 12 OUT 2018
Conheço
uma velha que engoliu uma mosca!
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinha e assim não matou!
Na
sua barriga zunia a mosquinha,
Zumbia
e voava, fazendo cosquinha!
A
pobre da velha nunca mais ficou só!
Engolir
uma mosca só faz um coió!
Será
que ela morre?
Conheço
uma velha que engoliu uma aranha!
Donde
é que tirou uma bobagem tamanha?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinha e assim não matou!
Na
sua barriga andava a aranhinha,
Pulava
e saltava, fazendo cosquinha!
A pobre
da velha engoliu essa aranha!
Donde
é que tirou uma bobagem tamanha?
Engoliu
essa aranha para pegar a mosca!
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Será
que ela morre?
Conheço
uma velha que engoliu um canário!
Donde
é que tirou um absurdo tão vário?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinho e assim não matou!
Na
sua barriga o canário cantava,
Voava
e piava, fazendo cosquinha!
Ficou
quase louca a pobre velhinha!
Engoliu
o canário para pegar a aranha,
Engoliu
a aranha para pegar a mosca,
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Será
que ela morre?
Conheço
uma velha que engoliu um gato!
Donde
é que tirou essa ideia de rato?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinho e assim não matou!
Na
sua barriga o gatinho pulava,
Miava
e saltava e cosquinha lhe dava,
Atrás
do canário e o canário voava,
Atrás
dessa aranha e a aranha girava,
Atrás
da mosquinha e nunca pegava!
Engoliu
o gatinho para pegar o canário,
Engoliu
o canário para pegar a aranha,
Engoliu
a aranha para pegar a mosca,
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Será
que ela morre?
Conheço
uma velha que engoliu um cachorro!
Donde
é que tirou essa ideia, do gorro?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinho e assim não matou!
Na
sua barriga o cãozinho pulava,
Latia
e gania e cosquinha lhe dava,
Atrás
do gatinho e o gatinho miava,
Atrás
do canário e o canário voava
Atrás
dessa aranha e a aranha girava,
Atrás
da mosquinha e nunca pegava!
Engoliu
o cachorro para pegar o gatinho,
Engoliu
o gatinho para pegar o canário,
Engoliu
o canário para pegar a aranha,
Engoliu
a aranha para pegar a mosca,
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Será
que ela morre?
Conheço
uma velha que engoliu uma ovelha!
Donde
é que tirou essa ideia da telha?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinha e assim não matou!
Na
sua barriga a ovelha saltava,
Balia
e corria e cosquinha lhe dava,
Atrás
do cachorro e o cãozinho pulava,
Atrás
do gatinho e o gatinho miava,
Atrás
do canário e o canário voava
Atrás
dessa aranha e a aranha girava,
Atrás
da mosquinha e nunca pegava!
Engoliu
a ovelha para pegar o cachorro,
Engoliu
o cachorro para pegar o gatinho,
Engoliu
o gatinho para pegar o canário,
Engoliu
o canário para pegar a aranha,
Engoliu
a aranha para pegar a mosca,
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Será
que ela morre?
Conheço
uma velha que engoliu uma vaca!
Donde
é que tirou uma ideia tão caca?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinha e assim não matou!
Na
sua barriga a vaca girava
Mugia
e corria e cosquinha lhe dava,
Atrás
da ovelha e a ovelha saltava
Atrás
do cachorro e o cãozinho pulava,
Atrás
do gatinho e o gatinho miava,
Atrás
do canário e o canário voava
Atrás
dessa aranha e a aranha girava,
Atrás
da mosquinha e nunca pegava!
Engoliu
a vaquinha para pegar a ovelha,
Engoliu
a ovelha para pegar o cachorro,
Engoliu
o cachorro para pegar o gatinho,
Engoliu
o gatinho para pegar o canário,
Engoliu
o canário para pegar a aranha,
Engoliu
a aranha para pegar a mosca,
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Será
que ela morre?
Conheço
uma velha que engoliu um cavalo!
Donde
é que tirou essa ideia de galo?
Porque
não mordeu e nem mastigou,
Engoliu
inteirinho e assim não matou!
Na
sua barriga o cavalo troteava
Relinchava
e corria e cosquinha lhe dava,
Atrás
da vaquinha e a vaquinha dançava,
Atrás
da ovelha e a ovelha saltava,
Atrás
do cachorro e o cãozinho pulava,
Atrás
do gatinho e o gatinho miava,
Atrás
do canário e o canário voava
Atrás
dessa aranha e a aranha girava,
Atrás
da mosquinha e nunca pegava!
Engoliu
o cavalo para pegar a vaquinha,
Engoliu
a vaquinha para pegar a ovelha,
Engoliu
a ovelha para pegar o cachorro,
Engoliu
o cachorro para pegar o gatinho,
Engoliu
o gatinho para pegar o canário,
Engoliu
o canário para pegar a aranha,
Engoliu
a aranha para pegar a mosca,
Donde
é que tirou uma ideia tão tosca?
Será
que ela morre?
Mas
estava apertado e o cavalo sofrendo
Encheu
os pulmões e deu um relincho tremendo!
E
saiu pela boca da pobre velhinha
E
a vaca mugiu e saiu depressinha
E
a ovelha baliu e saiu inteirinha
E
o cachorro latiu e saiu rapidinho
E
o gato miou e saiu de fininho
E
o canário piou e saiu molhadinho
E
a aranha pulou para a rua sozinha,
Trazendo
na boca aquela pobre mosquinha!
Então
a velhinha ficou aliviada,
Soltou
um arroto, sem engolir mais nada!
Porque
inventei de engolir essa mosca?
Donde
é que eu tirei uma ideia tão tosca?
Foi
para a cozinha fazer seu jantar
A
barriga roncando depois de esvaziar!
A
JIBÓIA – 13 out 18
(Folclore
Estados Unidos, tradução e adaptação
De
WILIAM LAGOS)
Estou
sendo engolido por uma jibóia!
Oh,
não, oh, não,
Engoliu
meu dedão!
Ai
que gelo, ai que gelo,
Chegou
no tornozelo!
Ai,
velho, ai, velho,
Engoliu
o meu joelho!
Ai,
perigo, ai perigo,
Engoliu
meu umbigo!
Ai,
criatura, ai criatura,
Já
chegou na cintura!
Ai,
que osso, ai, que osso
Engoliu
meu pescoço!
Ai,
que pressa, ai que pressa,
Engoliu
minha ca...!
AS
CAVEIRAS – 13 out 18
(Folclore
paranaense, recolhido e adaptado por William Lagos)
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS UMA,
AS
CAVEIRAS SAEM DA TUMBA!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS DUAS,
AS
CAVEIRAS SAEM ÀS RUAS!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS TRÊS,
AS
CAVEIRAS FALAM INGLÊS!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS QUATRO,
AS
CAVEIRAS BOTAM SAPATO!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS CINCO,
AS
CAVEIRAS BOTAM BRINCO!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS SEIS,
AS
CAVEIRAS FALAM FRANCÊS!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS SETE,
AS
CAVEIRAS JOGAM CONFETE!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS OITO,
AS
CAVEIRAS COMEM BISCOITO!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS NOVE,
AS
CAVEIRAS “NÃO SE MOVE”!
QUANDO
O RELÓGIO BATE A DEZ,
AS
CAVEIRAS LAVAM OS PÉS!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS ONZE,
AS
CAVEIRAS PEGAM UM BRONZE!
QUANDO
O RELÓGIO BATE AS DOZE,
AS
CAVEIRAS FAZEM POSE!
A TOPADA -- 13
out 2018
(Glosa sobre ditado popular
brasileiro)
“Quando pobre progride, dá logo
topada!”
Se não levar um tombo, rebenta o
dedão!
Então fica pulando, agarrando com a
mao!
Rebenta o sapato, não adianta mais
nada!
Chutou uma pedra, desgraça danada!
Olhou para cima, não olhou para o
chão!
Progresso de pobre é pura ilusão,
Que uma pedra encontrou lá no meio
da estrada!
Sem ter mais sapato, foi pôr seu
tamanco!
Foi logo bater com sua unha
encravada!
Mas depois já retorna, aguentando
esse tranco:
Ficou machucado, mas não ficou
manco,
Lá na frente a esperança, menina
danada!
E a pobre da pedra ficou toda
quebrada!
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