DE MIGUEL E O DRAGÃO I – 18 DEZ 23
Deus Jehovah, poderoso e onisciente,
teve consciência de que certos rumores
na mente fiel dos mais fiéis seguirores,
sobre um certo dom que deveria estar presente,
na mente dos humanos, estranha gente,
mas não na mente de qualquer dos anjos
e nem ao menos na mente dos arcanjos,
o livre-arbítrio a perturbar sua mente,
não que o houvesse de fato concedido,
mas que os humanos, com o fruto proibido,
o haviam recebido ao ser desobedientes,
o Jardim do Paraíso assim perdido,
antes que de novo mostrassem-se indigentes
e um outro fruto tivessem adquirido.
DE MIGUEL E O DRAGÃO II
Este lhes daria o final
conhecimento
do Bem e do Mal e para a
eternidade
teriam longas vidas em plena
saciedade
e assim poderiam viver a seu
contento.
Porém os anjos não receberam
tal portento,
sendo incapazes de qualquer
iniquidade,
obedecendo na maior fidelidade,
na plenitude de seu próprio
entendimento.
Não compreendiam porque seres
imperfeitos,
que haviam sido criados desde o
pó,
não de divina matéria
angelical,
pudessem ter do livre-arbítrio
esses direitos,
sem compromisso com rancor ou
qualquer dó,
ao invés dos moradores do solo
divinal.
DE MIGUEL E O DRAGÃO III
Então Jehovah convocou os Arcanjos Sete,
que se prostraram diante Dele em
obediência,
depois se ergueram na humildade da
paciência:
nenhum rancor em suas mentes se intromete,
que então Jehovah sobre suas mentes se
projete
e os encare na mais total benevolência,
vendo que alguns Lhe lamentam a
beneficência
do Livre-Arbítrio que só aos homens subjete
e projetou-lhes um claro pensamento:
“Alguns de vós estão a monstrar
incompreensão,
pois lhes darei uma escolha individual.”
Colhendo o ouro de uma nuvem em seu alento,
o distribuiu aos Sete em julgamento:
”Tendes agora poder de escolha em dom
real.”
DE MIGUEL E O DRAGÃO IV – 19 dezembro 2023
Os Sete Arcanjos entreolharam-se indecisos.
Falou Dumael, o protetor do nascimento:
“Senhor meu Deus, não necessita tal portento,
mas a recusa de dons tão incisivos
“seria ingratidão. Tenho motivos bem precisos,
vou empregá-los a proteger cada rebento
que for abortado ou ameaçadoem algum momento
poder a vida perder sem mais avisos...”
“Com este dom, aumentarei Tua glória
e a pura honra que recebereis frequente
desses filhos que Criaste desde a poeira:
“que se multipliquem através da história,
enchendo a Terra em obediência permanente,
até o vale e a montanha derradeira.”
DE MIGUEL E O DRAGÃO V
Disse Uriel, o protetor da
vida:
”Senhor meu pai, não mereço o
donativo,
é tão só para servi-Lo que aqui
vivo,
mas recusá-lo seria coisa
inconcebida,
“seria ingratidão e ofensa mal
havida,
portanto o empregarei em dote
ativo,
na proteção de Teu povo tão
altivo,
dos terremotos e dos vulcões
dar-lhe guarida,
“assim os apoiarei em
permanência,
sem fome passarem, penúria ou
doença,
para que possam Teus louvores
decantar
“e mais ainda que tal divina
complacência
sirva de modo a reforçar sua
crença
e o Livre-Arbítrio melhor saber
aproveitar.”
DE MIGUEL E O DRAGÃO VI
Então Azrael, o Arcanjo Protetor da Morte,
“Também eu, meu Deus e Pai, não necessito
para mim esse Teu dom assim bendito;
protegerei então da infeliz sorte
“os que tombarem da batalha em corte,
os que morrerem em acidente aflito,
os afogados em Teu mar quase infinito
e assim os recolherei com braço forte.
“Darei aos corpos a necessária sepultura
e as suas almas para Ti conduzirei,
por entre os passos do sendeiro estreito;
“pelo Teu dom tornarei cada alma pura
e em plena graça todos eles levarei,
que o Livre-Arbítrio saibam usar direito.”
DE MIGUEL E O DRAGÃO VII – 20 dez 2023
Falou então o Arcanjo Rafael:
“Igual que meus irmãos não saberei
como o usar, mas não recusarei
essa Tua dádiva tão doce quanto o mel,
“mas não a posso utilizar em meu quartel,
porém no Cofre das Bênçãos então a lançarei,
que sejam distribuídos também as administarei,
pelo quadro da vida no mais ínclito pincel.”
A tudo isso Jehovah nada dizia,
somente observava com divinal paciência
como os Arcanjos tal arbítrio usavam
e até que ponto cada qual exerceria
o usufruto da divina Providência,
até que ponto com tal bem se adaptavam.
DE MIGUEL E O DRAGÃO VIII
Tomou a palavra o Arcanjo
Gabriel:
“Senhor, fizeste de mim Teu
mensageiro
e com Tuas tropas divinas é
corriqueiro
que me ocupe pelo poder de Teu
anel.
“Mas que farei com este dom em
tal quartel?
Depositá-lo antes pretendo bem
ligeiro
no Cofre das Graças, que em dom
alvissareiro
se distribuam, quais favos de
mel!...”
Deus Jehovah novamente se
calou,
a observar o resultado da
experiência,
vendo como Seus Arcanjos
reagiriam,
se com os dois restantes então
se comprovou,
como aos Tronos e Dominações da
Providência,
ou às Potestades de qual modo
reagiriam...
DE MIGUEL E O DRAGÃO IX
Provados cinco, nenhum ressentimento
viera à tona nas respostas recebidas.
Disse então Miguel Arcanjo, recolhidas
suas reações em pleno assentimento.
“Senhor meu Deus, construirei um vasto
assento,
uma pirâmide para que os homens convertidos
pela Tua graça e a Teu poder reconhecidos,
possam louvar-Te com o maior
contentamento.”
E o Arcanjo Luciel enfim falou:
“Vou adquirir vastos campos de cultivo,
darei emprego a muitos camponeses;
“cada colheita que da terra resultou
distribuirei como o máximo incentivo,
alimentando suas famílias e igual suas
rezes.”
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