O TESOURO DO ALHAMBRA XXXI
Ela montou na garupa do cavalo
e foram ao Alhambra, em pleno escuro.
Os dois desceram num lugar seguro:
era inverno e ainda nem cantara o galo...
Porém ao ver o longo corredor,
ele ficou um tanto amedrontado...
"Escute bem, menina! Estou armado
e te corto a garganta, sem temor!..."
"Caso alguém me atacar, morres primeiro!"
E como prova de sua resolução,
deu na menina um forte beliscão,
que lhe deixou doendo o braço inteiro...
Mas Jéssica encheu-se de coragem:
"Meu pai deixou atrás da porta o archote.
O senhor acenda... E se algo der o bote,
verá primeiro, para sua vantagem..."
O TESOURO DO ALHAMBRA XXXII
"Eu vou na frente, ao longo do caminho.
Só não posso entrar de novo no salão,
que é proibido por terrível maldição!...
O senhor vai precisar de entrar sozinho..."
Viram a luz, no fim do corredor.
Disse-lhe Jéssica então que era Sheitan,
o demônio mais maligno do Islam,
que defendia o tesouro com ardor.
"Quando o senhor tiver entrado lá,
vai encontrar o diabo disfarçado...
Sobre o cofre do tesouro está sentado:
exija a chave pelo amor de Alá!..."
Dón Ortuño era católico praticante
e não queria se meter com heresia,
tinha medo do diabo e bruxaria...
Mas sua ambição saiu-lhe triunfante...
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