quarta-feira, 11 de maio de 2022


 

 

O MATADOR DE DRAGÕES VII – 1º JAN 2022

 

“Houve uma festa e enquanto elas dançavam

um vento forte surgiu e as carregou,

jamais se soube para onde ele as levou...”

“Foi o Norawa, Mamãe, bem claramente!”

“Sim, querido, foi esse vento irregular

que tantas vezes vem assolar a gente!

Dizem que a três dragões quer agradar,

mas por desventura os que as procuravam

não as puderam achar e assim teu pai

tão abalado ficou que logo a morrer vai!...”

 

“Portanto, agora és meu único consolo:

nasceste quando tudo o mais me parecia

perdido, tanto que a tua mãe sofria;

porém a ti eu de novo me apeguei

e os súditos lealmente me apoiaram,

qual Regente e Rainha-Mãe eu me tornei,

porque ainda não te entronizaram...

Não és mais a criança de meu colo,

mas só aos dezoito poderás ser coroado:

para o poder estás sendo preparado!...”

 

“Mas a razão por que nada te contei

é que sei bem que és filho de teu pai.

Quando souber – pensei, decerto vai

as suas irmãs procurar e resgatar...

Mas é inútil, já se passaram tantos anos!

Talvez só os túmulos conseguirás achar,

após dispender mil esforços desumanos!...

No trono, muito em breve, irás sentar;

se te perderes, ficará o povo desolado,

por guerra civil será o reino devastado!”

 

“Mamãe, a senhora tinha toda a razão:

quando eu era menor, jamais poderia,

mas mesmo assim, tal empresa tentaria...

Mas agora me tornei alto e robusto

e certamente essa empresa hei de tentar,

sem que seja necessário um alto custo!”

“Jura-me, ao menos, que irás retornar

ainda a tempo para tua coroação!”

“Então eu juro atender o seu pedido,

mesmo que achá-las não tenha conseguido!”

 

“Leva contigo um bom destacamento,

que no caminho te possam defender!”

“Não, Mamãe, não poderão me proteger,

talvez mesmo me venham a atrapalhar...

Mas onde está a armadura de meu pai?

Tinha magia, segundo dizem, a abençoar

e o seu cavalo, o árdego Stalavay,

pode estar velho, mas não é nada lento.”

As armas foi até o sótão procurar

e com as próprias mãos fê-las brilhar!

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