O MATADOR DE DRAGÕES VII – 1º JAN 2022
“Houve uma festa e enquanto elas dançavam
um vento forte surgiu e as carregou,
jamais se soube para onde ele as levou...”
“Foi o Norawa, Mamãe, bem claramente!”
“Sim, querido, foi esse vento irregular
que tantas vezes vem assolar a gente!
Dizem que a três dragões quer agradar,
mas por desventura os que as procuravam
não as puderam achar e assim teu pai
tão abalado ficou que logo a morrer vai!...”
“Portanto, agora és meu único consolo:
nasceste quando tudo o mais me parecia
perdido, tanto que a tua mãe sofria;
porém a ti eu de novo me apeguei
e os súditos lealmente me apoiaram,
qual Regente e Rainha-Mãe eu me tornei,
porque ainda não te entronizaram...
Não és mais a criança de meu colo,
mas só aos dezoito poderás ser coroado:
para o poder estás sendo preparado!...”
“Mas a razão por que nada te contei
é que sei bem que és filho de teu pai.
Quando souber – pensei, decerto vai
as suas irmãs procurar e resgatar...
Mas é inútil, já se passaram tantos anos!
Talvez só os túmulos conseguirás achar,
após dispender mil esforços desumanos!...
No trono, muito em breve, irás sentar;
se te perderes, ficará o povo desolado,
por guerra civil será o reino devastado!”
“Mamãe, a senhora tinha toda a razão:
quando eu era menor, jamais poderia,
mas mesmo assim, tal empresa tentaria...
Mas agora me tornei alto e robusto
e certamente essa empresa hei de tentar,
sem que seja necessário um alto custo!”
“Jura-me, ao menos, que irás retornar
ainda a tempo para tua coroação!”
“Então eu juro atender o seu pedido,
mesmo que achá-las não tenha conseguido!”
“Leva contigo um bom destacamento,
que no caminho te possam defender!”
“Não, Mamãe, não poderão me proteger,
talvez mesmo me venham a atrapalhar...
Mas onde está a armadura de meu pai?
Tinha magia, segundo dizem, a abençoar
e o seu cavalo, o árdego Stalavay,
pode estar velho, mas não é nada lento.”
As armas foi até o sótão procurar
e com as próprias mãos fê-las brilhar!
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