O MATADOR DE DRAGÕES XIV – 8 JAN 2022
Assim deixaram Stoisha, que ficasse prisioneiro!
Mas com respeito tratou-o o outro dragão:
“Contra você não mantenho oposição,
minha boa vontade que lhe sirva como deixa!”
“Então me diga o motivo dessa guerra!”
“É o resultado de muito antiga queixa:
os três lançaram maldição sobre minha terra!
E veja bem como o abandonaram bem ligeiro!
São muito falsos esses três irmãos,
tem traiçoeiros e covardes corações!”
Sempre os derroto em qualquer batalha
e eles então fogem para sua caverna
e suas tropas abandonam à minha terna
misericórdia. Eu perdoo os
infelizes,
mas a seguir me atacam novamente;
a cada trimestre me aprontam novas crises...”
Mal qual é a maldição de que fala, realmente?”
“Venha comigo e a observará sem falha...
Vê aquela lebre de pedra no ressalto?
Foram meus primos que a puseram lá no alto!
“Ela atrapalha todas as caçadas
e minha gente chega a passar fome;
nem mesmo o gado que por aqui se dome
pode ser abatido na ocasião!
Por sorte o trigo é forte e o centeio:
servem de base para toda a refeição,
mas dessa lebre de pedra têm receio...”
“Por que não a abate em suas revoadas?”
“Porque está afixada ali por um feitiço,
nenhum dragão pode cortar-lhe o viço!”
“Mas se puder ser derrubada por alguém,
ela se suicidará, se esfolará sozinha,
se cortará em pedaços e numa panelinha
cozinhará a si mesma. Só
assim a maldição
será erguida de sobre a minha terra;
nenhum de meus servos, numerosos como são
se atreve a derrubá-la e então a guerra,
mais uma vez, vai recomeçar também...”
“Senhor Prekawatz,” disse o cavaleiro,
“talvez eu a possa derrubar primeiro...”
“Mas como me chamou?” – disse o dragão
“Prekawatz não é então seu nome?”
“Não, esse é um dragão antigo, de renome,
de fato, o meu avô. Porém me
chamo
Mladen, que significa “o jovem”.
Pelo direito da herança eu me proclamo
Rei dos Dragões, mas eles não podem
suportar a minha justa posição!...”
“Eu também sou o mais jovem de minha casa...
Se permitir, nessa partida eu ganho a vasa!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário