AGESILAU DE ESPARTA 11 – 30 jan 2022

(Porto de Piraeus, Athenas)

 

Sphodrias planejava o muro expugnar

durante a noite, desde o lado da terra,

mas se atrasou; e ao ver a má-vontade

de seus soldados para de dia realizar

esse ato contrário às leis da guerra,

recuou envolto em ignominiedade.

Foi deste modo levado ao tribunal,

Esparta achando que causara grande mal,

não só pela agressão inesperada,

mas por vergonha a Esparta assim causada.

 

Um filho de Agesilau, chamado Arquidamos,

tinha por Cleômeno uma grande amizade,

filho de Sphodrias, que antes do julgamento

pediu ao amigo que apresentasse alguns reclamos

a Agesilau, que este mostrasse piedade

pelo seu pai, em tão tétrico momento;

disse Agesilau apenas que nisso iria pensar,

Arquidamos por seu pedido sentiu-se envergonhar;

mas Agesilau considerou que o defendente,

mesmo precipitado, era soldado bem valente.

 

Assim o rei declarou, perante o tribunal,

que o acusado valentia demonstrava

e que a cidade precisava de bons soldados,

reconhecendo que agira muito mal,

mas que clemência neste caso se aplicava;

Sphodrios antes mostrara feitos destacados

e desse modo, foi finalmente absolvido,

mas o povo de Atenas considerou-se ofendido,

começando a preparar-se para a guerra,

em consequência da incursão sobre sua terra.

 

Como Cleombrotos não mostrou disposição

para iniciar contra Tebas a campanha,

Agesilau então o seu comando assumiu,

mas essa guerra não tinha real resolução:

uma escaramuça Esparta, outra Atenas ganha

e Agesilau por novo tratado decidiu.

Nessa ocasião, seus aliados protestaram

que muito mais homens para a luta levaram

que aqueles por Esparta convocados;

com esperteza o rei contradisse seus aliados.

 

Determinou a seguir que esses aliados

em uma parte da planície se assentassem

e os Espartanos, bem menos numerosos,

que do outro lado ficassem acampados;

determinou que então se levantassem

cada oleiro e os ferreiros poderosos,

a seguir os carpinteiros e os pedreiros

e assim ergueram-se os aliados por inteiros,

todos os Espartanos a permanecer sentados,

pois de profissão só poderiam ser soldados.