A
CASA DO SOL 9/10
Capítulo
Nove – 9 jul 21
(GINGER ROGERS,parceira de Byng Crosby)
Mas
lhes mostrou como chegar à sua morada.
São
Saturday habitava uma choupana
e
lia um livro de monumental formato.
Os
dois chegaram e o cumprimentaram.
“São
Friday me avisou de sua chegada,
mas
essa velha é uma bruxa desumana
e
apenas busca o vosso desacato...
Pois
muito bem. Vocês já escutaram
“que
a Casa do Sol se abre somente
por
um minuto e noventa e nove segundos por vez.
Não
procurem tomar banho novamente
e
à bruxa do ouro não deis atenção.
Há
outra porta, fechada inteiramente,
do
lado da fonte. Cada um de vocês
deve
bater três vezes. De repente
a
porta se abre, mas ali encontrarão
“uma
segunda bruxa, de meia idade
e
muito gorda, que tentará vos seduzir
com
uma mesa coberta de alimentos,
vinho
custoso e tudo o que se come;
mas
não lhe deis atenção, que é só maldade,
nessa
demora os tentará impedir
de
saírem da Casa em tais momentos...”
“Realmente,
temos já bastante fome...”
“Fazem
dois dias que não comemos nada!”
“Naturalmente,
as suas roupas já deixaram
do
lado de fora. O corpo todo enxuguem,
mesmo
que esteja seco inteiramente;
e
saiam bem depressa, que a alvorada
passa
bem rápido e os que ali ficaram
viraram
múmias. Depois que o corpo enruguem,
bem
veloz viram pó completamente!”
São
Saturday indicou-lhes o caminho,
chegaram
antes do nascer do sol
e
retiraram as roupas bem depressa:
com
a fome já estavam até folgadas!
Quando
a porta se abriu, com um pulinho
entraram
rápidos como luzes de farol,
ultrapassaram
a bruxa e a toda pressa
foram
à porta para dar as seis pancadas!
Abriu-lhes
logo a segunda feiticeira,
que
lhes ofereceu muita comida,
pratos
cheios de doces, muito vinho,
mas
viram a toalha no fundo pendurada
e
ignorando a bruxa interesseira,
secaram-se
os dois em veloz lida
e
retornaram por igual caminho,
antes
que a porta pudesse ser fechada!
Capítulo
Dez – 10 jul 21
Vestiram-se
os dois, percebendo quão folgadas
estavam
as suas vestes e falaram:
“Desta
vez, temos mesmo que comer,
não
vamos mais o rei deixar nos esperando!”
Mas
ao subirem já nas esplanadas
que
levavam ao castelo, ali encontraram
a
ama malvada, que os quer de novo convencer:
“Estais
lindos, mesmo o Espelho do Sol ignorando!”
“Que
Espelho do Sol?” “Está na mesma gruta.
Se
não se olharem nele, essa beleza
que
conquistaram na toalha e na sua fonte
logo
irá desaparecer e bem depressa!
E
apesar de toda a grande luta,
ireis
perder ainda a fortaleza,
a
agilidade, até a razão que lhes desponte!
Deveis
voltar à gruta a toda a pressa!”
Os
dois rapazes, que ainda eram crianças,
mais
uma vez se deixaram iludir,
só
que outra vez do Sol a Casa não acharam!
E
a perversa ama criava já segunda intriga:
“Majestade,
melhor perder as esperanças,
esses
dois jovens só querem é fugir,
são
espiões que para aqui chegaram,
decerto
servem gente sua inimiga!...”
De
novo o rei não queria acreditar,
porém
três vezes esperara os dois rapazes,
sem
que viessem atender a seu convite,
o
que era, realmente, algo intrigante!
Mas
como a gruta não conseguiram achar,
a
São Saturday retornaram bem audazes
e
lhe explicaram como a bruxa aos dois incite:
São
Saturday se aborreceu bastante!
“Já
não lhes disse que ela só quer seu mal?
De
qualquer modo, o novo caminho não conheço,
tereis
de indagá-lo de outro anacoreta,
São
Sunday, que mora em tal e tal lugar.” (*)
Os
dois irmãos agradeceram e afinal
falaram
a São Sunday. “Senhor, algo vos peço...”
“Sei
muito bem. Mensagem tive bem secreta,
sois
inexperientes e não vos quero castigar...”
(*)
Anacoreta = Ermitão. São Domingos
“A
Casa do Sol tem hoje localização
neste
lugar que vou mostrar no mapa;
mas
esta história do Espelho do Sol
é
muito mais perigosa do que antes.
Há
outra porta, sem intermediação,
mas
do tempo da espera não se escapa:
só
um minuto e 99 segundos neste rol,
tereis
de ser mais rápidos que dantes!”
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