ESTRELA ANTIGA I – 13 NOV
21
Susan Hayward tinha pés
compridos,
podia de fato usar um
sapatão,
sem a preferências
fazer-se uma alusão,
seus interesses por homens
definidos...
Não é que fossem feios, só
desenvolvidos,
um pouco acima da devida
proporção:
“Não há beleza sem o seu
senão”,
diz o ditado em cem
passados repetidos...
Mas a seu tempo foi Rainha
do Cinema,
com sua expressão de
donzela surpreendida,
não muito alta, mas de
corpo belo,
com um par de seios
delicados nos acena,
bustos gigantes sendo moda
adquirida,
bem mais tarde, tão
discordes do singelo.
ESTRELA ANTIGA II
Claro está que se espera
da mulher
que tenha seios belos e os
quadris
e não apenas por
concupiscências vis,
mas pela mãe futura que se
quer;
talvez eu seja retrogrado,
mas qualquer
modelo de mais fama ou
alguma atriz
que o silicone aplicar nos
seios quis
para expandir até o
tamanho que quiser
não me seduz, sem com
obesas preconceito,
quando seus seios
demonstram proporção,
com seu tipo físico,
acrescendo sua beleza,
mas para mim parece ser
até um defeito
dessas mulheres magras,
mas que estão
deformadas ao contrariar
sua natureza.
ESTRELA ANTIGA III
Quando eu era menino e
adolescente
e me viciara (igual que
todos) no cinema,
torsos eu via de expansão
bem mais serena
e bem capazes de atrair
paixão ardente;
bem é verdade que os
expunham raramente,
mais do que tudo em
sugestão pequena,
os seios em espartilho
para a cena,
só a clivagem a ser
mostrada realmente...
Foi só depois que o gosto
demudou
e os peitos grandes
insistiam em mostrar
tais pobres divas, sem ter
outros talentos...
Porém a imagem de Susan
perdurou,
mulher perfeita, sem em
nada exagerar:
quem para os pés teria
olhos mais atentos?...
PALÁCIOS
DERRIBADOS I – 14 NOV 21
“Disse
Jesus: Vês estas grandes construções?
Não ficará pedra que não seja derrubada.”
(*)
Com
esta frase contrariando a cada
esperança
dos Judeus em suas restaurações.
O que é
preciso reconhecer entre as contradições
é que
Herodes foi um grande rei e sua morada
construiu
com grande pompa, ainda apoiada
pelo
poder romano em tantas ocasiões.
Sempre
foi hábil em sua diplomacia,
de modo
tal a ser por eles confirmado,
fortalezas
e aquedutos construindo
e o
nome Agrippa, para um seu filho daria,
em
homenagem ao primo bem dotado
de
Augusto César, seu apoio conseguindo.
(*)
Evangelho segundo São Marcos, 13:2.
PALÁCIOS
DERRIBADOS II
Houve
até mesmo certa possibilidade
de que
os Romanos o domínio lhe outorgassem
sobre o
Líbano e até a Síria lhe entregassem,
porém
sem legar nada à sua posteridade;
pois mais
tarde ocorreu fatal eventualidade,
que os
Judeus contra os Romanos rebelassem,
que
Jerusalém inteira estes despedaçassem,
sobreviventes
escravizados em totalidade.
Mas os Judeus Cristãos se
afastaram da cidade,
Deixando claro que não
aderiam à revolta
e desse modo foram
deixados em paz;
reconstruída novamente a
urbanidade,
povos estranhos deixados
ali à solta,
mas pedra sobre pedra finalmente
se refaz.
PALÁCIOS DERRIBADOS III
Foram os palácios e as
muralhas destruídos,
mas do Templo não se fez
total monturo:
das Lamentações ainda
podemos ver seu Muro,
do mundo inteiro os
peregrinos atraídos.
Do corpo de Cristo os
ossos malferidos,
iguais que pedras, cimento
o sangue puro,
antes deles sofreram igual
destino duro,
a um sepulcro finalmente
conduzidos.
Nada restou das “construções”
então,
segundo o dogma da
Ressurreição,
nem à Igreja devia caber
Lamentação.
O que se deve lamentar,
depois nos sucedeu,
até que ponto a sã
doutrina corrompeu,
na falsidade de sua
presente pregação.
SATURNO CANTA I – 15 NOV
21
Os anéis de Saturno a um
disco se assemelham
e bem queria poder sua
música tocar...
Quais sinfonias poderia
ali escutar
nesses múliplos sulcos que
se espelham!...
Mas que pickups para a tarefa se
aparelham?
Quem sabe algum cometa
poderia segurar
e com cuidado bem no
início colocar...
Seus dezessete satélites
então se ajoelham
para cantar a estranha
melodia sideral:
haveria Ópera Cômica nesse
astral
ou Ópera Trágica, como
tantas há?
Imagino que Europa seria uma soprano
e Ganimedes tenor potente
e soberano;
Callisto a Io o seu amor
descreverá...?
SATURNO CANTA II
Quiçá, no entanto, para
meu desaponto,
essa miríade de
concêntricos anéis
só interagem em melifluos
carrosséis,
formando roda em musical
pesponto;
então o cometa, durante o
seu tramonto,
só causaria o batucar de
carretéis
ou o marítimo som de
alguns batéis:
quem sabe ouvisse de
Sindbad um conto?
Ou então girasse como em
irrigação,
uma nora multicor
arcoirisada,
gotas de luz distribuindo
pelo nada
ou asteróides a criar em
profusão,
não melodia tal qual eu
desejara,
mas só a música das
esferas se escutara...
SATURNO CANTA III
É igual possível que
escondesse um DVD
e que acionado por um
lêiser de cometa
nos revelasse cosmologia
secreta...
Quais ideologias a nosso
olhar nos dê?
Nesses múltiplos anéis
então se vê
Cronos, o Tempo, pelos
filhos desafeto,
que os devorasse em
ciclópico objeto
e então uma pedra
engolisse, qual se lê,
quando sua mãe a Zeus
salvar buscou
e a seu marido carnívoro
enganou,
que eventualmente ao Pai
Tempo venceria.
Não obstante, tudo o mais
considerado,
meu cometa pickup, em meus sonhos
aplicado,
que um vasto Oratório
tocasse eu preferia!
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