O DONO DO ESCURO
(Baseado em conto de Zenna Henderson, traduzido do italiano,
adaptado em forma poética de alexandrinos brancos com hemistíquios por WILLIAM
LAGOS)
O DONO DO ESCURO
Capítulo Primeiro – 8 out 2021
Morava Pietro junto à beira de um rio,
Sua casa de tijolos no alto do barranco,
Uns dez metros para dentro, em segurança.
Formava-se uma praia à margem desse rio,
De areia muito pura e muito branca,
Com uma porção de pedrinhas coloridas
E nessa praia de areia e de pedrinhas,
Sempre a mãozinha na palma de sua mãe,
Pietro passeava.
Pietro queria brincar naquela areia,
Recolhida em um recanto arredondado;
Rio acima e rio abaixo não havia,
Só o barranco se erguia sobre a água.
“Tu és muito pequeno, é perigoso,
Podes descer até aqui junto comigo,
Brincar na areia e mesmo na água mansa,
Enquanto brilha o sol e é dia claro,
Mas não sozinho!”
Seu avô, que morava na cidade,
Trouxe-lhe um dia uma pá e um baldezinho,
Com algumas formas e outros utensílios.
A mãe se desgostou: “Ele é pequeno,
Não pode ir até o rio brincar sozinho!’
“Mas nós podemos ir buscar alguma areia
E colocar numa caixa no seu pátio;
Então Pietro poderá ali brincar
Em segurança.”
A mãe de Pietro concordou então
E foram os três buscar alguma areia,
Que numa caixa em seu pátio colocaram.
A mãe e o avô o ensinaram a brincar:
Logo em seguida ali erguia castelinhos,
Porém em breve já ficou mais ambicioso:
“Lá na praia tem muito mais areia...”
“Não, menino, tens apenas quatro anos...”
“E quando eu tiver cinco?”
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