quinta-feira, 4 de novembro de 2021


 

 

O DONO DO ESCURO

(Baseado em conto de Zenna Henderson, traduzido do italiano, adaptado em forma poética de alexandrinos brancos com hemistíquios por WILLIAM LAGOS)

O DONO DO ESCURO

Capítulo Primeiro – 8 out 2021

 

Morava Pietro junto à beira de um rio,

Sua casa de tijolos no alto do barranco,

Uns dez metros para dentro, em segurança.

Formava-se uma praia à margem desse rio,

De areia muito pura e muito branca,

Com uma porção de pedrinhas coloridas

E nessa praia de areia e de pedrinhas,

Sempre a mãozinha na palma de sua mãe,

Pietro passeava.

 

Pietro queria brincar naquela areia,

Recolhida em um recanto arredondado;

Rio acima e rio abaixo não havia,

Só o barranco se erguia sobre a água.

“Tu és muito pequeno, é perigoso,

Podes descer até aqui junto comigo,

Brincar na areia e mesmo na água mansa,

Enquanto brilha o sol e é dia claro,

Mas não sozinho!”

 

Seu avô, que morava na cidade,

Trouxe-lhe um dia uma pá e um baldezinho,

Com algumas formas e outros utensílios.

A mãe se desgostou: “Ele é pequeno,

Não pode ir até o rio brincar sozinho!’

“Mas nós podemos ir buscar alguma areia

E colocar numa caixa no seu pátio;

Então Pietro poderá ali brincar

Em segurança.”

 

A mãe de Pietro concordou então

E foram os três buscar alguma areia,

Que numa caixa em seu pátio colocaram.

A mãe e o avô o ensinaram a brincar:

Logo em seguida ali erguia castelinhos,

Porém em breve já ficou mais ambicioso:

“Lá na praia tem muito mais areia...”

“Não, menino, tens apenas quatro anos...”

“E quando eu tiver cinco?”

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