O
CAVALO TAMBOR
Capítulo
Dez (FINAL) – 7 out 2021
“Mas
a anarquia e toda essa sujeira!”
“Não,
meu senhor, já está tudo arrumado,
pronto
para ser pelo comandante inspecionado.
A
tropa exausta cometeu uma besteira!”
O
subcomandante ao superior sussurrou.
“Melhor
aproveitar esta oportunidade:
se
demonstrar agora sua magnanimidade,
de
cada homem seu respeito conquistou!”
Então
o Coronel saiu do alojamento.
Quinhentos
homens, segurando as montarias,
perfilados
como melhor os encontrarias,
já os
oficiais acompanhando o Regimento!
Outra
vez sugeriu-lhe o subcomandante:
“Depois
de todos os exercícios deste dia,
quem
sabe folga amanhã se concedia?”
E o
Coronel concordou no mesmo instante:
“Vá a
soldadesca para seu alojamento!
Só
não permito que acordem nesta noite,
chamando
suas mamães, temendo açoite!...
Tudo
pensado, é um bravo Regimento!...”
E
vendo o Cavalo Tambor ali parado,
teve
um impulso de generosidade,
que
lhe granjeou a maior popularidade:
“Que
seja ao posto antigo reintegrado!”
Por
ovação foi quase ensurdecido
e fez
questão de uma carranca lhes mostrar:
“Parece
que o fôlego lhes está ainda a sobrar!
Dispersem
logo, antes que fique arrependido!”
No
dia seguinte, foi o esqueleto devolvido
Ao
Hospital de Campanha, quietamente
E a
rotina recomeçou, naturalmente,
O
detestado Coronel tornara-se querido!
No
fim do ano, promovido a General,
indo
assumir as suas novas funções;
o
oficialato também tendo promoções,
o
Subtenente promovido por igual!...
E o
velho cavalo continuou a transportar
os
seus tambores por diversos anos mais,
até o
final de seus tempos naturais,
quando
outro igual o Regimento foi comprar!
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