domingo, 17 de abril de 2022


 

 

O MATADOR DE DRAGÕES

Folklore Sérvio, adaptação e versão poética de

William Lagos

 

O MATADOR DE DRAGÕES I – 26 DEZ 2021

 

Em certo ponto da Sérvia, havia um rei

muito estimado por toda a sua nação,

tinha três filhas a que amava com paixão,

não permitindo que saíssem do castelo,

no temor de que algo mau sobreviesse;

o pátio interno era extremamente belo,

que ali brincassem sem que nada ocorresse;

as três se submetiam à paterna lei,

mesmo nutrindo grande curiosidade

pelo mundo exterior e até certa ansiedade.

 

O Rei da Ashtriya chamava-se Pyetsch

e descendia de gênios poderosos,

sendo capaz de feitos espantosos;

ele usava uma fortíssima armadura

e como ele ninguém brandia a espada

ou o francisque de guerra, cuja dura

lâmina dupla jamais era lascada

por metal ou criatura que se mexe:

cortava pedras na maior facilidade,

monstros vencia sem qualquer dificuldade!

 

Mas justamente por ter tanto poderio,

mantinha o reino na mais perfeita paz,

pois seu temor tranquilidade traz,

sem que se atrevessem a lhe fazerem guerra.

Pyetsch já era velho e sem ter filho,

nem ambição de aumentar sua terra,

mantendo o reino no mais perfeito trilho,

mas os dragões que vencera além do rio,

sem coragem para sobrevoar sua capital,

queriam vingança e ansiavam por seu mal.

 

Ele sabia que os dragões e seus aliados,

os espíritos do vento maldizentes,

eram de fato temíveis e potentes,

uma ocasião para obter a sua vingança

buscavam eles, maquinando suas maldades,

mas os seus súditos conservava em bonança,

o povo inteiro a gozar prosperidades;

porém temendo que os inimigos desalmados

o atingissem por meio de suas filhas

as impedia de percorrer do reino as trilhas.

 

Mas certo dia, já sendo adolescentes,

com mais veemência pediam para sair:

um festival costumavam assistir,

chamado Kola, que era a dança nacional,

interpretada no parque do castelo;

por vários anos, assistiram ao festival,

copiando os passos no mais completo zelo

e seus pedidos se tornaram mais prementes;

até a rainha intercedeu em seu favor:

“Meu senhor e rei, vais cortar-lhes todo o ardor!

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