O MENINO SEM CABEÇA XIV–
15 dez 21
“Temos então de esperar
que mate o rei?”
Era questão bastante
complicada.
“El-Rei deu ordem para
não se fazer nada
e sua palavra permanece
como lei!...
Assim o Grão-Vizir chegou
ao salão
e encontrou o rei no
trono, adormecido:
avançou ao patamar, bem
decidido,
e lhe cravou um punhal no
coração!...
No mesmo instante,
avançaram os soldados
e o apanharam com o
punhal na mão!
Quis o vizir escapar de
sua prisão:
foi ao terraço e deu
saltos tresloucados!
Estava morto no chão
quando o encontraram,
mas a Rudolf procuraram
em seguida:
“A ordem do velho rei
será cumprida!”
E sobre o trono depressa
o colocaram!...
O médico foi às pressas
convocado
e do rei costurou às
pressas a cabeça,
sem que ninguém notasse,
a toda a pressa!
O funeral do velho rei
foi realizado,
sendo a seguir Rudolf
coroado
e governou com justiça e
com bondade,
durante longos anos na
verdade,
grande progresso no reino
realizado!
Pediu ao médico que
colasse firmemente
a antiga cabeça do mago
no lugar:
não lhe convinha nunca
mais a retirar,
nem que pudesse lhe cair
por acidente!
Em pouco tempo, bela noiva
ele arranjou:
a cabeça do mago era
bonita
e descobriu, enfim, coisa
bendita:
pois tendo lábios, na
boca ele a beijou!
É para isso que serve uma cabeça
e não apenas para dar sono ou mastigar...
Que coisa deliciosa era beijar!
E o beijo repetiu a toda
a pressa,
sendo logo celebrado o
casamento,
após o qual foram os dois
muito felizes;
não para sempre, que há
tristezas e deslizes,
mas partilhando de grão
contentamento!
Contudo, o bom doutor
ficou intrigado:
bem percebera que com o
rei não dera certo,
mas com a magia sonhava
até desperto
e acabou enlouquecendo
esse coitado!...
E certo dia, fez cortar a
sua cabeça,
para ver se dessa vez
acertaria...
E é natural que não
ressuscitaria:
Presa ao pescoço é melhor
que permaneça!
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