terça-feira, 12 de abril de 2022


 

 

O MENINO SEM CABEÇA XIII – 14 dez 21

 

Ficou o vizir totalmente enfurecido:

“Majestade, isso não vai ficar assim!”

“Por que?  Você pretende se vingar de mim?”

“Não, Majestade, mas deverá ser convencido

de que é importante manter condenações,

para manter o povo submisso!”

“De fato, não concordo mais com isso...”

“Como pôde assim mudar a sua opinião!?...”

 

“As minhas enxaquecas se curaram

e não pretendo mais matar ninguém...”

“Mas nem o intruso que nos invadiu também?”

“Os pergaminhos que trouxe me provaram

que era o filho de meu perdido irmão!...

Depois, não viu como tomou o seu café?

Só minha família esse costume tem até!

Não mais insista, ou irá para a prisão!...”

 

Rudolf adivinhara os pensamentos

do mau vizir e o chefe da guarda convocou:

“Caro Major, o Grão-vizir me ameaçou

e contra mim tem malignos intentos:

talvez queira até matar-me!” “Vou prendê-lo!”

“Não pode, crime algum não cometeu...”

“Mas tanta gente por sua causa morreu!”

“De qualquer forma, confio no seu zelo...”

 

“Se por acaso conseguir assassinar-me,

quero me preste o firme juramento

de colocar no trono, sem impedimento,

o meu sobrinho, que conseguiu achar-me.”

“Majestade, por certo eu jurarei,

mas não é melhor que seja impedido?”

“Caso seu crime seja cometido,

aja de acordo com o que lhe determinei!”

 

“O chefe da guarda ficou intrigado,

mas decidiu a ordenação cumprir.

Rudolf foi com o médico conduzir

o corpo do rei, do armário retirado,

vestido de novo com a real indumentária

e com sua própria cabeça no lugar;

sentaram-no no trono com vagar

e se esconderam em posição contrária.

 

Sentou-se o rei no trono, muito quieto;

ficou Rudolf atrás de um cortinado,

logo escutando a voz de algum soldado:

“O vizir se aproxima, bem secreto,

vamos prendê-lo!” “Não podemos,

que o rei me deu bem clara ordem:

não o posso prender só por desordem:

enquanto o rei viver, nada faremos!

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