O MATADOR DE DRAGÕES III – 28 DEZ 2021
Depois o rei, em seu tremendo desespero,
mandou o exército inteiro em pelotões
pelas montanhas em variadas excursões
na tentativa de encontrar as raptadas,
mas passadas semanas e até mês,
as tropas volveram, já descorçoadas,
nenhuma pista a se obter em qualquer vez.
Ficou o rei em seu extremo derradeiro,
seu coração praticamente se partiu!
e nunca mais recobrar-se conseguiu!...
Após dois meses, de remorso faleceu
e um grande luto pelo país tombou!
Mas um outro fato em alegria redundou:
a Rainha Zorka um menino deu à luz,
no mesmo dia de seu falecimento
e conforme a lei sérvia se produz,
ficou o menino como herdeiro em tal momento
e como Regente à Rainha-Mãe estabeleceu
e os anos foram passando em plena paz,
que a aguerrida tropa segurança ainda lhes traz...
Depressa Zorka se recuperou do parto
e o menino como Stoisha foi chamado,
“digno” e “constante” o seu significado
ou “valoroso” no dialeto antigo,
qual se falava nessa Ashtriya de então.
Com mão firme, enfrentou Zorka o perigo
e os guerreiros lhe demonstraram compaixão
e fidelidade nesse terrível quarto,
de tal modo que expulsaram invasores
e liberaram dos camponeses os temores.
Passaram-se anos e o príncipe cresceu,
treinado em armas por seus preceptores,
sem precisar de leitura ter lavores;
não era costume então que escrevesse
um rei e nem biblioteca ali existiria,
em que a leitura então ele aprendesse,
só os combates e o governo empreenderia,
escribas e conselheiros teria o trono seu;
ficou logo bem alto e sem quaisquer temores,
musculatura excelente em seus pendores!...
De modo igual, aprendeu a arte da luta
de corpo a corpo; e logo mais ninguém
o conseguia enfrentar; foi mais além,
tornou-se exímio em arqueria e na lança,
sem que qualquer conseguisse dominá-lo;
aos quinze anos, não parecia mais criança;
nas caçadas, não podiam superá-lo,
nem em qualquer outro tipo de disputa,
mas só poderia se tornar o rei
aos dezoito anos, qual mandava a lei.
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