CONSEQUÊNCIAS
I – 30 JUN 22
Sonhei em
vão o tempo das estrelas,
como se
fosse decorrência natural,
sem ser
somente a corrida espacial,
nessa
disputa da ideologia pelas
medalhas e
triunfos nas estrelas,
hoje
esquecidas qual luxo banal
pelos museus
exibidas em fanal
para quem
possa nos futuros vê-las.
Porém,
quando falhou o sovietismo,
perdendo a
Rússia império e poderio,
a
Norteamérica perdeu a sua paixão,
mais ocupada
com um atual modismo,
lançando
verbas para qualquer vazio,
que então
ocupe dos Democratas a atenção.
CONSEQUÊNCIAS
II
Fiquei assim
em meu desapontamento:
por que a
Lua não foi colonizada?
A exploração
do sistema ainda é buscada,
de forma
alguma com igual açodamento!
Talvez me
digam ser engano de um momento,
mas em
viagem por Ohio realizada,
com Neil
Armstrong sentei-me em temporada,
antes de ter
ele da Nasa o treinamento.
Só piloto de
provas havia sido
e fora ali a
visitar seus pais,
desconhecendo
seu aproveitamento;
desembarcou
antes de eu ter descido:
em mim por
certo não pensou uma vez mais,
mas
recordei-o em maravilhamento!
CONSEQUÊNCIAS
III
Surgiu aos
poucos a estação espacial,
com a
colaboração entre os rivais,
alvo de
esforços internacionais...
Mas não o
que esperei ver no total.
Agora
veem-se pelo espaço sideral,
as sondas e
incursões artificiais,
talvez em
Marte colonizações finais,
antes que eu
parta deste globo seminal.
Sinto
entusiasmo ao ver iniciativas
de
organizações privadas ou de outras nações:
será que
algo chegarei ainda a ver?
Porem
lamento as rivalidades redivivas,
mais por
política que por reais razões,
sem que na
Lua as pretendam resolver...
EXSANGUINAÇÃO
I – 1º JUL 22
Todo
amor te requer veias abertas,
para
que os sangues se possam misturar;
mas
não convém as artérias recortar,
pois
tais correntes serão bem mais espertas
e
duas circulações assim despertas
nem
terão tempo para se abraçar,
paixões
têm a tendência de acabar,
efusões
plácidas de amor sendo mais certas.
Assim
coloca um firme torniquete
no alto de teus braços, quando o ardor
se
demonstrar impetuoso de paixão;
que
não ocorra que tua vida se projete
e
acabe misturada e sem vigor
em
mil amores coagulados pelo chão.
EXSANGUINAÇÃO
II
Era
somente uma luz vinda de fora
o
palpitar dolente do teu beijo,
os
apalpares arfantes do desejo,
era
o ventre acariciado sem demora,
era
o corpo apoiado nesse outrora,
contra
um móvel qualquer em tal ensejo,
mas
meu sexo no teu apenas vejo,
na
escuridão teu rosto vai-se embora...
Foi
apenas uma entrega efervescente
o
aquecimento total desse momento,
que
volta límpido, mas é cristal quebrado;
nessa
troca de fluidos, finalmente,
nesse
mais breve repasse de um portento,
enclausurado
firme em meu passado...
EXSANGUINAÇÃO
III
Nada
mais há a dizer, mas mesmo assim,
eu
me contento em recordar sozinho
isso
que escrevo envolto em desalinho,
enquanto
eu bailo em firewall sem fim;
sei
redigir, mas nem sei por que convim
em
me submeter a um comezinho
dever
diário com meu lembrar mesquinho,
que
diariamente me requer, alfim,
que
clique da memória em algum botão,
até
que o sangue, no plasma da lembrança
torne
a fluir por todo o meu sistema.
Mas
como o amor foi então sofreguidão,
em
minha medula algo dele ainda descansa
e
as mãos me força a redigir mais um poema...
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