AS
TRÊS MANTILHAS XI – 9 outubro 2022
Chegou
o pai e interrompeu-a calmamente:
“Por
que razão foi tal embate começado?”
Os
dois mais velhos falaram sua pretensão.
“Se
o deram para ele no castelo, certamente
não
poderá por vocês dois ser-lhe tirado!
Sigam
agora e vão cumprir a sua missão!”
Khristos
e Lukasz partiram então de má-vontade
e
Milovan pôde então cavalgar em liberdade!...
Khristos
partiu até encontrar a ponte,
pedindo
à ninfa que lhe cedesse a corrente
com
que ela fora antes encadeada;
a
ninfa consentiu em seu desmonte
e
à margem a trouxe, num esforço ingente.
Mais
uma vez ela se deixou ser abraçada,
possivelmente
algo mais até desejaria,
mas
Khristos só cumprir a sua missão queria!
E
para casa retornou, pesadamente;
como
da outra vez, chegou primeiro,
mas
quando a corrente foi desenrolada,
para
três voltas foi apenas suficiente
e
o pai lhe disse, com um olhar matreiro:
“Se
nenhuma maior for encontrada,
da
disputa ainda o declaro vencedor:
vamos
ao campo executar nosso labor!”
Lukasz
prosseguiu, montado em seu jumento,
até
o ponto em que já havia encontrado
a
hamadríade, que indagou qual seu desejo.
Ele
a informou, sem qualquer acanhamento:
“Quero
o grilhão maior que for achado
nesta
floresta”, -- sem sequer pedir-lhe um beijo!
A
ninfa da floresta, mesmo um tanto despeitada,
puxou
uma longa liana nas árvores enrolada.
E
tão logo o cipoal ia caindo ao chão,
se
transformava em correntes de metal.
Lukasz
achou que já era o suficiente.
“Senhora
hamadríade, tem minha gratidão!”
E
as enrolou no jumento, mal e mal,
sendo
obrigado a pé seguir em frente
e
até uma parte nos seus ombros transportou
e
já exaurido junto à casa ele chegou...
AS
TRÊS MANTILHAS XII – 10 outubro 2022
“Uma
bela corrente que me trouxe,” disse o pai.
“Mas
me parece estar um pouco enferrujada...”
“Como
assim, era uma corrente quase nova!...”
“Por
que está verde? É um zinabre que não
sai?”
Ficou
Lukasz sem conseguir dizer mais nada.
“Vamos
desenrolar, para ver se ela se aprova...”
E
conseguiram apenas cinco voltas dar,
como
fora requerido, em torno ao lar...
“Bem,
ao menos que a de Khristos é maior,
serei
obrigado a declará-lo vencedor,
mas
vamos ver o que nos traz o seu irmão...”
“Duvido
que o Milovan faça melhor!...”
“Vamos
esperar, com calma e sem furor,
não
há por que se queixar da situação...”
Mas
Milovan custava muito a aparecer:
“Decerto
ele não encontrou o que trazer!”
Enquanto
isso, Milovan ao castelo retornou
e
à Princesa Ludmilla apresentou o seu pedido.
“Pois
muito bem, amanhã eu lhe darei,
mas
o encantamento ainda não terminou;
tenho
certeza que por você será vencido,
tenho
confiança no amuleto que lhe dei...”
Assim
Milovan de novo com a princesa jantou
e
tranquilamente para o quarto retornou...
“Não,”
disse ela, “em outro quarto vai hoje dormir.”
E
o levou a um aposento só de amarelo pintado.
Milovan
foi deitar-se de novo, calmamente,
à
meia-noite mais uma vez a ouvir
aqueles
gritos que havia antes escutado:
“Queres
furtar de nosso rei potente!...”
Mas
desta vez não se tratava de soldados:
“Aqueles
tontos foram por você engazopados!”
“Porém
a nós enganar não poderá,
nós
somos os ministros do Conselho Real,
homens
ilustres que ao rei defenderemos!”
“Mas
fantasma algum me machucará,
eu
sou de carne e sangue e nenhum mal
qualquer
espírito me fará!” “Nós o arrebataremos,
nem
Swiatowid o poderá impedir
e
em suas mentiras não poderá insistir!...”
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