A PRINCESA DO MAR VII
(Lyubova)
"Três anos em
viagem gastarás
e terás sempre minha
proteção,
mas à minha mãe terás
de conquistar
e a meu pai a cada
dia louvar.
Assim, alcançarás
satisfação
e longa vida em meus
braços gozarás."
"Porém agora, eu
tenho de partir.
Lembra de tudo o que
te aconselhei."
Dizendo isso,
Volkhova caminhou
até o lago e nas
águas mergulhou,
para encontrar de
novo o pai e rei,
cuja graça e boa
vontade iria pedir.
Deitou-se Sadko e
voltou a adormecer,
julgando tudo não
passar de um sonho.
Mas Lyubova, sua
esposa, o procurou
e quando nas areias o
encontrou,
iluminou-se seu olhar
tristonho,
para com beijos
e abraços o acolher...
Sadko voltou com ela
para casa,
dizendo à sua esposa
como a amava.
Tomou um banho, fez
ligeira refeição,
voltou-lhe muito
clara sua visão
e logo ao porto,
ligeiro, caminhava.
Breve retorno com
Lyubova apraza.
A PRINCESA DO MAR VIII
Chegado ao porto,
Nazhata viu cantando
e até os pobres lhe
davam atenção...
O rival foi o primeiro
que o enxergou
e com versos
sarcásticos o saudou,
sob a galhofa de toda
a multidão.
Sadko magoou-se e foi
logo jurando
que pescaria do lago
peixes de ouro!...
Caíram em
gargalhadas... e apostou
que os pescaria logo
essa manhã.
Os mercadores disseram
que era vã
a sua pretensão, mas
declarou
que os venderia,
em troca de um tesouro.
Fizeram troça e, por
pura zombaria,
o que ele desejava
perguntaram.
"Dez mil rublos
de cada mercador!..."
"Mas tu não tens
coisa alguma de valor!
O que darás em troca?"lhe
indagaram,
"ao fracassares
em tua fantasia...?"
Afirmou Sadko que
apostava sua cabeça!
Indecisos se
entreolharam os mercadores.
Porem Nazhata, para
assistir seu mal,
instou com eles que
aceitassem, afinal:
"Será escravo de
vocês, senhores!...
Ou lhe empalhem a
cabeça como peça!..."
A PRINCESA DO MAR IX
Dez mercadores a
aposta confirmaram,
perante as vistas de
toda a multidão.
Pediu Sadko que uma
rede lhe emprestassem
e que até certa
distância o transportassem.
Lançou a rede, sem
hesitação:
logo três peixes
dentro dela se lançaram!...
Erguida a rede, eram
mesmo peixes de ouro!
Maravilhados, seus
amigos pescadores,
que até esse momento
o lamentavam,
alegremente até a
praia o transportaram,
para que fosse
mostrar aos mercadores
como agora lhe deviam
seu tesouro!...
Os mercadores
juntaram, a contragosto,
os cem mil rublos que
Sadko ganhara,
dizendo ser mal
ganhos. Comerciantes
perfazem lucros com
esforços extenuantes,
enquanto ele, só por
sorte, conquistara
esse dinheiro que na
aposta haviam deposto!
E como olhassem para
Nazhata, contrafeitos
por se terem dobrado
à sua insistência,
ele se pôs a cantar
de um rouxinol
que se tornara
comerciante no arrebol...
Essa canção
despertou-lhe a impaciência
e quis
Sadko justificar os seus direitos.
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