terça-feira, 21 de março de 2023


 

 

A SAGA DE STANLEY IX – 31 ago 2022

(Rio Lualaba, afluente do Congo ou Zaire)

 

Só assim permitiam de suas terras a passagem...

Logo instalou-se de diarreia epidemia,

mortes causando entre os carregadores,

enterrados dos sendeiros pela margem...

A Serra de Unjanyabé Standley pretendia

atravessar, o “País da Lua”, como se dizia;

os mercadores árabes que percorriam a região

tentaram dissuadi-lo de tal realização.

Era contrariado pelos carregadores,

que não queriam a marcha para o norte

e quando Stanley ainda mais nisso insistia,

desviavam a direção em seus temores,

achando que o branco não reconheceria o porte

desse mau caminho que franquear queria;

mas Stanley sempre percebia o desvio,

orientado pelas águas de algum rio.

Assim os obrigava a retomar a direção,

embora dias se perdessem dessa forma

e finalmente, ele ordenou aos guerreiros

Wangwana, que contratara de antemão,

que alvejar adotassem como norma

os desertores ou os mais altaneiros

que suas ordens fossem desobeder,

só assim podendo a trilha certa refazer.

Finalmente, a Três de Novembro,

dos Wagambas encontrou uma caravana,

que do Tanganyika habitavam as margens

e conseguiu a informação de algum membro,

que de fato, mas à distância insana,

havia um branco doente nas paragens

de uma aldeia que como Udjiji era chamada,

porém assaz difícil de ser alcançada.

Stanley ordenou então marchas forçadas,

o dobro das rações diárias a prometer

e finalmente, depois de uma semana,

foram as margens do Tanganyika alcançadas

e algumas horas depois lhe sucedeu

encontrar Livingstone em sua cabana

e ali ficou por quatro meses e meio,

longas conversas entabolando de permeio...

 

A SAGA DE STANLEY X – 1º set 2022

 

Mas Livingstone não mostrou a mínima intenção

de com Stanley ir à Europa retornar,

pois só esperava que sua saúde recobrasse

para reiniciar sua animosa exploração,

que as origens do Nilo de fato queria achar,

em alguns dos rios que por ali se achasse,

especialmente em convicção de que o Lualaba

frente ao Rio Nilo a sua corrente acaba!...

Em Março de mil oitocentos e setenta e dois, enfim,

despediu-se Stanley de Livingstone, descontente,

pois seus recursos já se estavam terminando;

não era comum então fotografar-se assim:

Livingstone insistia em sua busca premente,

enquanto Stanley foi à costa retornando,

mas quando a Europa enfim ele alcançou,

em suas palavras quase ninguém acreditou.

Em especial, porque ele era um jornalista

e pior que isso, um repórter americano,

muito embora fosse nascido na Inglaterra;

que a Sociedade Real de Geografia mesmo insista

que fosse  justificar ali o seu relatório arcano;

mesmo com eficiência a controvérsia não se encerra,

mas de seu jornal obteve a aprovação

e foi à África organizar segunda expedição!

Primeiro foi as tropas britânicas acompanhando,

em sua expedição contra os Fantis e Ashantis,

que da Costa do Ouro habitavam o interior

e os postos comerciais passavam atacando,

levando reféns, com os propósitos mais vis,

tendo descoberto, para seu horror,

centenas de cadáveres mutilados,

para os deuses Ashantis então sacrificados.

Ora, durante a viagem de retorno,

a Stanley se informou, com grande atraso,

que Livingstone havia morrido finalmente;

seu relatório seguiu bastante morno,

em consequência desse fortuito acaso;

chegara a notícia antes, realmente,

mas decidiu honrar-lhe a sua memória,

descobrir a fonte do Nilo em plena glória!

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