sexta-feira, 16 de julho de 2021


 

A CASA DO SOL

Capítulo Doze – 12 jul 21 (FINAL)

 

Que era sua mãe já haviam os dois sonhado,

mas para ela demorou mais a aceitação;

“Pois então, não dei à luz dois cachorrinhos?”

“Não, minha senhora, foram dois meninos louros.”

“Eu pensei ter sido castigo do pecado,

de minha vaidade para subir de condição;

as feiticeiras são enterradas nos caminhos

e até pensei merecer esses desdouros!...”

 

Mas entre lágrimas, os três logo se abraçaram:

“Mamãe, como crescemos tão depressa?”

“Em minha família sempre isso acontece,

mas não pensei que ficaríeis tão bonitos!”

“As maldades daquela bruxa resultaram

nessa beleza que nos dois não cessa...

Mas ainda temos de resolver essa questão:

Vou separá-los, mas não fiquem muito aflitos!”

 

Os dois rapazes voltaram à cidade

e o rei já encontraram esperando,

que os levou ao castelo de carruagem.

Mas a bruxa ficou apavorada

e logo arquitetou outra maldade,

aos cozinheiros foi depressa se juntando

e derramou venenosa beberagem

na sobremesa que lhes seria levada!

 

Os dois rapazes comeram à vontade

e conversaram com o rei alegremente,

mas sem dizer-lhe que sabiam ser seu pai.

A ama mandou a sobremesa envenenada

e ordenou, com a maior autoridade,

“Para os convivas vão servir inicialmente!”

Mas a suspeita de suas mentes já não vai:

“Vou dar um pouco para essa cachorrada!”

 

E os dois cães que o triste rei considerava

Serem seus filhos, lamberam logo o doce

E entre ganidos, morreram envenenados!

Ficou o rei furioso e apavorado

e logo o pessoal da cozinha convocava:

“Qual de vocês esse veneno trouxe?”

“Foi a ama, senhor, não somos os culpados,

Tentou fugir, mas o portão achou fechado!”

O rei mandou buscar depressa a ama,

que jurou não ter culpa, ardentemente,

mas nesse instante bateram ao portão

e atenderam aos três anacoretas,

que ao rei revelaram toda a trama,

tirando o véu da rainha, finalmente!

“Só há um castigo para tão má ação:

Arrastar essa bruxa nas sarjetas!...”

 

EPÍLOGO

 

Assim a bruxa foi sendo arrastada

pelas ruas da cidade e então morreu.

O rei seus filhos então reconheceu

e a própria culpa suplicou fosse perdoada!

Mas a rainha abraçou-o gentilmente:

“Também pensei que a culpa fosse minha...”

E foi de novo entronizada qual rainha:

Viveu o casal muitos anos bem contente!

 

Voltaram os ermitãos a seus abrigos,

mas a raposa no castelo receberam

em gratidão pelo leite que beberam

e os dois rapazes combateram os inimigos

até que o reino suas fronteiras expandiu;

a sua mãe lhes deu também irmãs,

morenas, louras, ruivas e louçãs,

porém a Casa do Sol ninguém mais viu!

 

E neste ponto a história concluiu!...

 

 

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