A
CASA DO SOL
Capítulo
Oito – 8 jul 21
Chegando
à cidade, na manhã seguinte,
o
Rei Murphy bem depressa os encontrou
e
para o almoço repetiu o seu convite,
mas
quando os dois se dirigiam ao castelo,
a
velha ama, no maior requinte,
novamente
com elogios os enganou,
para
que à Casa do Sol de novo os incite:
“Cada
um de vós se tornará ainda mais belo!...”
“O
problema, meus queridos, é que molhados
vocês
saíram daquela casa portentosa!
Os
dois primeiro se deviam ter secado
na
magnífica toalha de ouro do Sol!...
Teríeis
sido bem mais abençoados,
que
a Toalha do Sol é de fato milagrosa,
de
lá sairia cada qual imaculado,
seríeis
lindos como os raios do arrebol!...”
E
os dois rapazes se deixaram iludir,
porque
afinal, mesmo não parecendo,
eram
meninos de quatro ou cinco anos,
da
feiticeira caindo na conversa!...
O
rei estranhou, de uma torre a perquirir,
que
os dois rapazes estivessem se movendo
na
direção oposta do castelo. “Por que os manos
estão
partindo pela estrada inversa...?”
A
ama bruxa aproveitou para uma intriga:
“Decerto
não respeitam ao seu rei,
acham
que têm coisas melhores a fazer
que
partilhar de vossa augusta mesa...”
Mas
embora enganá-lo não consiga,
ficou
a mentira de aleivosa lei,
na
cabeça do rei a se mover...
Mas
era bom, apesar de sua tristeza...
Os
dois rapazes de novo à gruta caminharam,
em
que São Friday habitava em humildade
e
lhe pediram instruções para o caminho:
“Nós
procuramos a casa sem achar...”
“Meus
queridos, por que de novo a procuraram?”
E
responderam, na maior sinceridade:
“Aquela
senhora aconselhou-nos com carinho,
Que
na Toalha do Sol nos deviamos enxugar...”
“Que
se ficássemos mais belos, o rei iria gostar...”
“Ah,
meus meninos, vejo não ser só por vaidade,
bem
percebo que de algum modo sois crianças,
mas
a Casa do Sol muda sempre de lugar
e
este caminho não poderei vos ensinar,
mas
meu confrade, São Saturday, da mesma idade, (*)
da
salvação compartilhando as esperanças,
certamente
será capaz de vos mostrar!...
(*)
São Sábado
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