O
CAVALO TAMBOR
Capítulo
Dois – 29 set 2021
Porém
se este primeiro insulto não bastasse,
implicou
logo com o Cavalo Tambor,
que
duas tarolas prateadas, com vigor,
transportava,
sem que nunca as derrubasse!
Nem
mesmo quando de cada lado deparasse
com
um músico, em geral um corneteiro,
que
tomasse duas baquetas bem ligeiro
e os tambores
junto à musica tocasse!
Além
de forte, era bem disciplinado,
seguindo
a marcha qual a banda a adotasse;
nunca
se vira que qualquer passo errasse,
deixando
assim seu Regimento envergonhado!
Tinha
o cavalo em questão dezoito anos
e
poderia ainda atuar por outros seis;
mil e
duzentas rúpias custara por sua vez,
assim
comprado dos prados indianos.
Mas o
Coronel disse estar velho demais
e
logo mandou adquirir novo animal,
um
simples baio de postura desigual,
causando
à Banda repulsas naturais!...
Depois
disso, ainda exigiu o Coronel
que
das revistas então participasse
a
Banda e não apenas que ensaiasse
nos
exercícios diários do quartel!...
Era
costume que a Banda desfilasse
somente
em ocasiões muito especiais,
apresentando-se
para os generais,
os vice-reis
ou realeza que chegasse!
Na
verdade, a Banda desse Regimento
era
em si mesma uma certa realeza
e o
Mestre da Banda, com certeza,
mais
importante que o Coronel em seu assento!
E
mais ainda, o Coronel determinou
que
só o Tamborileiro ao Cavalo acompanhasse
e que
sobre sua sela se assentasse:
tarola
e surdo de cada lado balançou!
E
simplesmente, não conseguia se ajeitar:
o
cavalo velho até colaborava,
mas
vindo o novo, somente o atrapalhava,
sem
ao ritmo correto se adequar!
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