segunda-feira, 25 de outubro de 2021


 

 

O CAVALO TAMBOR

Capítulo Quatro – 1º out 2021

 

O Coronel foi fortemente aconselhado

a nada fazer contra o tal Subtenente:

“Seu pai é um Par do Reino, realmente

e o seu futuro poderá ser prejudicado!”

 

E não se veja aqui qualquer surpresa:

é quase obrigatória a tradição

de que os filhos da nobreza assentarão

praça no exército, (comissionados com certeza!)

Ainda hoje, mesmo filhos e netos da Rainha

participam de suas forças militares;

nas próprias guerras, com todos seus azares,

servem no Exército, Aeronáutica ou Marinha!

 

O Coronel o seu prestigio não perdeu

e o Regimento assim pacificou:

de forma honrosa sua carreira terminou

o bom cavalo, que tal destino mereceu...

No dia seguinte, aberta a sepultura,

foi ao enterro o Regimento inteiro:

o Coronel ficou de longe: era altaneiro,

da disciplina considerava a ruptura!

 

O que quase ninguém ficou sabendo

é que de noite roubaram um galão

de tinta negra para pintar um alazão,

como um cavalo malhado parecendo...

 

Ora, o que houve é que o tal Subtenente

mandou comprar aos civis outro cavalo,

com a intenção de em malhado disfarçá-lo,

na pretensão de enganar a toda gente!

Quando o animal chegou, em lona envolto,

poucos notaram haver manchas de tinta,

mas foi baixado à sepultura numa cinta,

enquanto o velho continuava vivo e solto!

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