O
CAVALO TAMBOR
Capítulo
Sete – 4 out 2021
“Será
que se amotinou o Regimento?
Ou a
tropa inteira é que se embriagou?”
Até a
porta da refeitório ele chegou
e
veio a Banda, no maior desregramento!
Porque
ela vinha de perto perseguida
pelo
Cavalo Tambor e o esqueleto!
Mas
logo o Mestre da Banda, mais discreto,
decifrou
a artimanha que fora cometida!...
E o seu apito assoprou com violência!
Só
então pararam de fugir os instrumentistas;
Mesmo
o cavalo morto ante suas vistas,
Reorganizada
assim em sua potência!
Mas o
restante do inteiro Regimento
se
havia espalhado pelos pontos cardiais,
perdidos
todos seus aspectos marciais,
bem
lentamente a recobrar o alento!
Depois
voltaram, muito envergonhados,
aos dois e aos três, enfim aos pelotões;
para
sua sorte, não encontraram mltidões
por
quem pudessem ter sido apupados!
O
Cavalo Tambor ficou até desapontado
com o
tratamento dos antigos companheiros
e foi
troteando com os ossos ligeiros
sobre
seu dorso em matraquear descompassado.
E foi
parar diretamente à frente
do
Coronel, os olhos da caveira
a
encarar a oficialidade inteira,
sem
que ninguém a segurá-la se apresente...
Até
que o Coronel, que fora impertinente,
mas
que de covardia não tinha qualquer parte,
segurou
o esqueleto pelo pé, sem muita arte,
que
ali parecia estar grudado permanente!
Mas
ao tocar o couro do cavalo,
logo
notou que era carne firme e quente;
já o
esqueleto continuou indiferente,
por
mais que insistisse em deslocá-lo!
Então
se romperam os falsos tambores
e com
eles rebentou-se algum arame,
todo
o esqueleto montado num cordame,
caiu
sobre o Coronel, em estalos e estertores!
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