terça-feira, 22 de fevereiro de 2022


 

 

O CASTELO ASSOMBRADO

Capítulo Quatro – 24 nov 21

 

“Bem,” falou o viajante, “estou cansado,

o senhor pode o quarto me indicar...?”

E foi subindo com o estalajadeiro,

mas o velho insistiu em o acompanhar:

“O senhor sabe, sempre ouvi falar

de “Um Rei sem Medo” ou estou a me enganar?”

 

O viajante apenas lhe sorriu

e o seu ombro bem de leve lhe apertou,

depois subiu para o quarto pela escada;

o estalajadeiro uma lamparina lhe deixou.

Camponeses estão em pé de madrugada

e para casa cada um logo seguiu...

 

O forasteiro, não obstante, não dormiu,

até escutar os últimos ruídos;

pela janela viu as luzinhas se apagarem,

os camponeses nas choupanas recolhidos;

porém ao longe outras luzes viu brilharem.

É o tal castelo... – facilmente pressentiu.

 

Mas esperou que soasse a meia noite

e já sabendo a hospedaria estar trancada,

pulou a janela, cruzando o peitoril:

jovem e forte, sem lastimar-se em nada

e foi até a estrebaria, encheu o cantil

e albardou seu cavalo, sem usar açoite.

 

Então seguiu a passo lento pela estrada...

Quando da aldeia se achava já distante,

começou a galopar até o castelo:

totalmente iluminado o via adiante,

mas ao aproximar-se, para melhor vê-lo,

a iluminação foi a um só tempo desligada.

 

Mas como o medo não o acometia,

seguiu em frente, porém o seu cavalo

começou a se inquietar e até empinou;

prendeu-o a uma árvore, à beira de algum valo,

apeando logo, em seguida o acalmou

e a caminhada para o castelo já empreendia.

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