O CASTELO ASSOMBRADO
Capítulo Quatro – 24 nov 21
“Bem,” falou o viajante, “estou cansado,
o senhor pode o quarto me indicar...?”
E foi subindo com o estalajadeiro,
mas o velho insistiu em o acompanhar:
“O senhor sabe, sempre ouvi falar
de “Um Rei sem Medo” ou estou a me enganar?”
O viajante apenas lhe sorriu
e o seu ombro bem de leve lhe apertou,
depois subiu para o quarto pela escada;
o estalajadeiro uma lamparina lhe deixou.
Camponeses estão em pé de madrugada
e para casa cada um logo seguiu...
O forasteiro, não obstante, não dormiu,
até escutar os últimos ruídos;
pela janela viu as luzinhas se apagarem,
os camponeses nas choupanas recolhidos;
porém ao longe outras luzes viu brilharem.
É o tal castelo... – facilmente
pressentiu.
Mas esperou que soasse a meia noite
e já sabendo a hospedaria estar trancada,
pulou a janela, cruzando o peitoril:
jovem e forte, sem lastimar-se em nada
e foi até a estrebaria, encheu o cantil
e albardou seu cavalo, sem usar açoite.
Então seguiu a passo lento pela estrada...
Quando da aldeia se achava já distante,
começou a galopar até o castelo:
totalmente iluminado o via adiante,
mas ao aproximar-se, para melhor vê-lo,
a iluminação foi a um só tempo desligada.
Mas como o medo não o acometia,
seguiu em frente, porém o seu cavalo
começou a se inquietar e até empinou;
prendeu-o a uma árvore, à beira de algum valo,
apeando logo, em seguida o acalmou
e a caminhada para o castelo já empreendia.
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