PERSEU E AS
GÓRGONAS XVI – 03 dez 21
Mas Dânae
quis voltar para sua terra
e embarcaram
para Argos numa frota;
Acrísio teve
medo de uma guerra
e os recebeu
tal qual a honra denota;
com um
banquete a disputa então encerra,
oferecendo
dividir, quota com quota,
o reinado de
sua terra com o neto,
já encarado
com orgulho e com afeto...
Mas como
seria quebrantada a profecia?
Durante a
festa houve competição
e no
lançamento do disco se inscrevia
Perseu, após
vencer com galardão
na corrida,
no dardo e na porfia
da luta
livre, demonstrando-se o campeão...
Porém o
vento seu disco desviou
e na cabeça
de Acrísio se cravou!...
Então seria
seu herdeiro natural,
mas Praectos
apresentou oposição:
“Não é justo
seja o trono triunfal
de Argos
alcançado em maldição!
Foi certamente
morte acidental,
mas meu
sobrinho trucidou-me o irmão;
não cabe
aqui condenação à morte,
porém merece
do exílio a triste sorte!...”
“À sua mãe
atribuiremos a realeza,
porém a mim
reservarei a regência;
tratarei a
Dânae com a maior nobreza,
porém Perseu
deverá a sua potência
empregar
empós outra qualquer realeza:
de Zeus seu
pai obterá a benemerência!”
E Perseu,
humildemente, se curvou
e para
partir, logo a seguir, se preparou.
Com tantos dons, qualquer trono obterei,
sem precisar passar necessidade;
a minha mãe depois eu buscarei,
para viver comigo em majestade...
Meu tio Praectos tem razão e obedecerei,
logo cremados os restos da mortalidade
de meu avô, que tão pouco conheci
e a quem, em meu descuido, destruí...
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