quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022


 

 

PERSEU E AS GÓRGONAS XVI – 03 dez 21

 

Mas Dânae quis voltar para sua terra

e embarcaram para Argos numa frota;

Acrísio teve medo de uma guerra

e os recebeu tal qual a honra denota;

com um banquete a disputa então encerra,

oferecendo dividir, quota com quota,

o reinado de sua terra com o neto,

já encarado com orgulho e com afeto...

 

Mas como seria quebrantada a profecia?

Durante a festa houve competição

e no lançamento do disco se inscrevia

Perseu, após vencer com galardão

na corrida, no dardo e na porfia

da luta livre, demonstrando-se o campeão...

Porém o vento seu disco desviou

e na cabeça de Acrísio se cravou!...

 

Então seria seu herdeiro natural,

mas Praectos apresentou oposição:

“Não é justo seja o trono triunfal

de Argos alcançado em maldição!

Foi certamente morte acidental,

mas meu sobrinho trucidou-me o irmão;

não cabe aqui condenação à morte,

porém merece do exílio a triste sorte!...”

 

“À sua mãe atribuiremos a realeza,

porém a mim reservarei a regência;

tratarei a Dânae com a maior nobreza,

porém Perseu deverá a sua potência

empregar empós outra qualquer realeza:

de Zeus seu pai obterá a benemerência!”

E Perseu, humildemente, se curvou

e para partir, logo a seguir, se preparou.

 

Com tantos dons, qualquer trono obterei,

sem precisar passar necessidade;

a minha mãe depois eu buscarei,

para viver comigo em majestade...

Meu tio Praectos tem razão e obedecerei,

logo cremados os restos da mortalidade

de meu avô, que tão pouco conheci

e a quem, em meu descuido, destruí...

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário