PERSEU E AS
GÓRGONAS XIII – 30 nov 21
“Mas que
pretende fazer com sua cabeça?”
as três Greias
indagaram, ardilosas...
“Pretendo
carregá-la, sem ter pressa
e entregá-la
nas mãos poderosas
de
Polidectes, cumprindo minha promessa.”
“E que
proteção terá contra as maliciosas
vistas
terríveis de nossa irmã Medusa,
quando sua
vista com os olhos dela cruza...?”
“Mas ela
mata, mesmo depois de morta?”
“Sem a
mínima dúvida, meu rapaz;
só uma coisa
sua malignidade corta:
um surrão
feito com a casca veraz (*)
de nossa
irmã Esteno, que comporta
a melhor
proteção que o mundo traz;
terá de ir
até Lesbos primeiro
e
encontrá-la dormindo em travesseiro...”
(*) Saco de
couro próprio para viagem.
“Como
assim?” disse Perseu, espantado.
“Ora, ela
tem o mesmo olhar petrificante
que de
Medusa o rosto feio é dotado,
mas só pode
ser morta num instante
em que
Morfeu a tenha dominado...
Para ela o
reflexo é insignificante,
porém nosso
bom sobrinho Chrysaor
seu pescoço
cortará, com grande ardor...”
Perseu
lembrou-se de que a espada fora gente
e que sua
própria mãe a transformara...
“Corte a
pele de suas costas com a potente
lâmina da
espada que consigo carregara
e a costure
com suas veias, facilmente,
sem qualquer
fresta que o mau olhar ultrapassara.
Já o
ajudamos, agora dê nosso olho
e nosso
dente ou secaremos em restolho!”
Mas Euríale
o havia prevenido
de que elas
poderiam enfeitiçá-lo
após terem
olho e dente recebido
e assim os
colocou dentro de um valo,
a vinte
metros do covil perdido
e alçou voo
antes que os alcançassem
e algum
feitiço, por vingança, praticassem!
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