PERSEU E AS
GÓRGONAS XII – 29 nov 21
“As minhas
irmãs infelizes nem têm nome! (*)
Só têm um
olho e só possuem um dente;
a maior
parte do tempo passam fome
e volta e
meia sofrem acidente,
pois esse
olho que sua cegueira dome
não lhes
permite à audição tornar potente
e
compensar-lhes a falta de visão,
pois o olho
passam assim de mão em mão...”
(*) Ovídio as
chama de Deino (temor), Aênio (horror) e
Penfredo
(alarme).
“Quando
chegar, por suas costas, de mansinho,
seu olho
agarre com a maior rapidez,
antes que
estendam garras aduncas como espinho
e pegue-lhes
o dente, então, por sua vez!
Suplicar-lhe-ão,
com vozes de carinho
ou gritarão
em raiva espessa como pez...
Mas sem lhe
darem as respostas que procura,
não lhes
devolva esses órgãos que segura!”
Perseu voou
até o lugar, rapidamente
e viu as Greias,
tentando cozinhar...
Com o capacete,
bem disfarçadamente
chegou por
trás e conseguiu pegar
aquele olho,
seu único órgão vidente,
quando as
irmãs o foram repassar;
na confusão
a seguir, pegou o dente,
deixando as
três a chorar pungentemente...
“À
Hiperbória como chego?” perguntou.
Sob protesto,
o caminho lhe indicaram;
“Qual é a
ilha de Esteno?” ainda indagou.
De mau grado
as três o informaram:
“É a ilha de
Lesbos, na qual encontrou
adoradores,
que até hoje a alimentaram...
Agora, ande,
devolva o nosso dente
e o nosso
olho, ó homem indecente!...”
“Primeiro,
digam-me o que devo fazer
para vencer
a Górgona terrível!...”
“Com seu
escudo, será fácil obter
que ela
contemple sua feição horrível;
e enquanto
imóvel ela permanecer,
degole-a
então, com sua espada invencível!
Zeus, seu
pai, sua mão há de guiar
e facilmente
a poderá matar...”
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