PERSEU E AS
GÓRGONAS XVIII – 05 dez 21
“Pois se a
mataste, mostra-me a cabeça!
Caso
contrário, não te acreditarei
e por
castigo de me quereres pregar peça,
com um só
dedo já te esmigalharei!...”
Perseu abriu
o surrão, sem grande pressa...
Desviou o
olhar, mas o titã sem lei
diretamente
aquele verde olhar fitou
e em alta
montanha então se transformou!
Era nas
costas da Tunísia a capital
desse Kefros
de magníficos poderes,
embora ainda
submetido à divinal
potência, a
quem cumpria seus deveres.
Mas sua
esposa Cassiopeia fez o mal
de comparar
a sua beleza a santos seres:
as Náiades,
que vogavam sobre o mar,
filhas de
Posêidon, em seu másculo criar!
Como
castigo, o rei do mar enviou a Ceto,
que com
Fórquis às Górgonas havia gerado,
a
devastar-lhe as costas do dileto
reino junto
às praias espalhado;
então o
Oráculo anunciou o fado secreto:
que tal
pecado tão somente seria perdoado
quando
Andrômeda, a sua filha amada
fosse à fera
entregue, acorrentada!...
Assim Perseu
ao rei apresentou-se,
após ver a
deslumbrante formosura
da pobre
jovem, que ao penhasco acorrentou-se,
para sofrer
a morte ou pior tortura
às mãos do
monstro; e assim propôs-se
a
aniquilá-lo, se de tal beleza pura
recebesse
sua mão em casamento;
logo de
Kefros recebeu consentimento...
Apresentou-se
a Andrômeda isolada
e os dois se
apaixonaram num momento;
porém lhe
disse a princesa, apavorada:
“Não venha a
sofrer igual padecimento!
É impossível
ser tal fera derrotada!...”
“Pois
morrerei, com o maior contentamento;
não deixarei
a tal monstro devorá-la!
Se for
morrer, eu irei acompanhá-la!...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário