HÉRAKLES E AUGE VII – 31 MAR 2022
(Deusa Neith Egípcíaca)
Igual que em todos os mitos herculanos,
a referência aqui é ao passado,
antes que Helenos tivessem aportado
nos territórios anteriormente micenianos.
Esse leito sagrado que encontramos
na menção mítica da cidade de Tegéia
e a violação da sacerdotisa dessa déia
se relacionam com os deuses mais arcanos.
Os Helenos depois os transformaram
em seus próprios deuses imigrantes;
a deusa Athena mencionada como dantes,
provavelmente é a Neith que encontraram,
a mesma Anatha, deusa da Lua, a quem celebravam
rituais orgiásticos, para a brotação
das colheitas na próxima estação
em que sexo com espigas igualavam.
A sacerdotisa de Anatha, a Deusa-Lua,
ao menos uma vez ao ano se juntava
ao rei sagrado, que depois assassinava,
seu sangue a respingar pelos trigais,
um costume que em parte ainda se atua
no templo de Hérakles em Roma:
um sacerdote a sacerdotisa toma,
para as colheitas darem frutos divinais.
De qualquer modo, mesmo em Jerusalém,
antes de Jebus ser tomada por Hebreus,
o sumo-sacerdote, representação do deus,
tomava a Deusa Anatha por esposa
e os filhos que de tais uniões provêm
eram chamados de “espíritos do trigo”,
nas casas nobres encontrando abrigo,
para que a ceifa fosse proveitosa...
Entretanto, não se mostrando boa a colheita,
tais crianças seriam sacrificadas
e suas carnes nos trigais depositadas,
como ocorrera com o sangue de seus pais.
Destarte Aléia era a deusa desta feita,
Hérakles o pai a ser de tantos filhos,
seguindo apenas os mais arcanos trilhos,
que assim brotassem fortes os trigais.
HÉRAKLES E AUGE VIII – 1º ABR 2022
Embora, como bom filho de Zeus,
que fecundava toda mulher humana,
sua virilidade por igual proclama,
sempre dispost a conquistar cada mulher.
Mas não consta que jamais entre os Hebreus
tal costume ainda perdurasse,
embora o povo por certo realizasse
certas orgias em ocasiões quaisquer.
Em especial com mulheres cananéias,
mas sem que houvesse igual assassinato
ritual dos homens a partilhar do ato,
nem que seu sangue lançassem nos trigais.
Porém o mito de Auge e suas odisseias
provavelmente se refere à migração
de Micenianos conduzidos à expulsão
pelos Helenos, em seus avanços contextuais.
As festividades em honra ao Ano Novo
mostravam a deusa como um veadinho
ou na Trôade, igual a um cordeirinho,
em ambos casos a sacrificar após.
Esta Auge era resgatada pelo povo
na foz do Rio Caicos, que de fato seria
a Deusa-Lua, que anualmente chegaria,
que o rei sagrado não deixasse a sós.
Viajava Auge em seu barco de lua
e esse mar que cruzava era o celeste,
para evitar a fome ou qualquer peste,
seu filho o rei para o ano seguinte;
numa versão como noiva assim atua
do Rei Teukros e em outras é adotada
e como noiva ao próprio filho dada,
sem que os Helenos adotassem tal acinte.
Assim, a fazem defender a castidade,
somente a Hérakles seu par supostamente
e quando Apollo envia sua serpente,
é como o oráculo a respeito proferia.
Já o javali de ouro, na verdade
e o castigo sobre o rei lançado,
já fazem parte de outro mito alçado
que ao morto Adônis assim se referia.
EPÍLOGO
Este deus Adônis, de nascimento virgem,
fora morto por Apollo travestido em javali:
é o deus antigo trucidado ali
pelo deus novo das estepes transportado.
E ao rei anual nova sentença impingem,
que de um javali deveria usar a pele,
que será morto, exceto quando apele
para Artemísia, tendo o santuário alcançado.
Recebia certa vantagem inicial,
mas é seguido por cães e caçadores;
caso o matem, são por Adônis vencedores,
caso se escape, é Ártemis que o salvou.
De qualquer forma, outro costume habitual
era o rei mandar à caça desarmado,
por javalis a ser morto e devorado,
feroz costume que o vulcão enfim queimou.
Quanto à pedra por “Antípathes” chamada
e suas propriedades terapêuticas,
localizada nas alturas têutricas,
não foi de fato bem identificada.
Os atuais habitantes a desconhecem
e nem sequer lembranças remanescem
dos poderes desse antigo mineral,
só recordado qual fragmento do irreal!...
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