terça-feira, 11 de outubro de 2022


 

 

HÉRAKLES E AUGE VII – 31 MAR 2022

(Deusa Neith Egípcíaca) 

Igual que em todos os mitos herculanos,

a referência aqui é ao passado,

antes que Helenos tivessem aportado

nos territórios anteriormente micenianos.

Esse leito sagrado que encontramos

na menção mítica da cidade de Tegéia

e a violação da sacerdotisa dessa déia

se relacionam com os deuses mais arcanos.

 

Os Helenos depois os transformaram

em seus próprios deuses imigrantes;

a deusa Athena mencionada como dantes,

provavelmente é a Neith que encontraram,

a mesma Anatha, deusa da Lua, a quem celebravam

rituais orgiásticos, para a brotação

das colheitas na próxima estação

em que sexo com espigas igualavam.

 

A sacerdotisa de Anatha, a Deusa-Lua,

ao menos uma vez ao ano se juntava

ao rei sagrado, que depois assassinava,

seu sangue a respingar pelos trigais,

um costume que em parte ainda se atua

no templo de Hérakles em Roma:

um sacerdote a sacerdotisa toma,

para as colheitas darem frutos divinais.

 

De qualquer modo, mesmo em Jerusalém,

antes de Jebus ser tomada por Hebreus,

o sumo-sacerdote, representação do deus,

tomava a Deusa Anatha por esposa

e os filhos que de tais uniões provêm

eram chamados de “espíritos do trigo”,

nas casas nobres encontrando abrigo,

para que a ceifa fosse proveitosa...

 

Entretanto, não se mostrando boa a colheita,

tais crianças seriam sacrificadas

e suas carnes nos trigais depositadas,

como ocorrera com o sangue de seus pais.

Destarte Aléia era a deusa desta feita,

Hérakles o pai a ser de tantos filhos,

seguindo apenas os mais arcanos trilhos,

que assim brotassem fortes os trigais.

 

HÉRAKLES E AUGE VIII – 1º ABR 2022

 

Embora, como bom filho de Zeus,

que fecundava toda mulher humana,

sua virilidade por igual proclama,

sempre dispost a conquistar cada mulher.

Mas não consta que jamais entre os Hebreus

tal costume ainda perdurasse,

embora o povo por certo realizasse

certas orgias em ocasiões quaisquer.

 

Em especial com mulheres cananéias,

mas sem que houvesse igual assassinato

ritual dos homens a partilhar do ato,

nem que seu sangue lançassem nos trigais.

Porém o mito de Auge e suas odisseias

provavelmente se refere à migração

de Micenianos conduzidos à expulsão

pelos Helenos, em seus avanços contextuais.

 

As festividades em honra ao Ano Novo

mostravam a deusa como um veadinho

ou na Trôade, igual a um cordeirinho,

em ambos casos a sacrificar após.

Esta Auge era resgatada pelo povo

na foz do Rio Caicos, que de fato seria

a Deusa-Lua, que anualmente chegaria,

que o rei sagrado não deixasse a sós.

 

Viajava Auge em seu barco de lua

e esse mar que cruzava era o celeste,

para evitar a fome ou qualquer peste,

seu filho o rei para o ano seguinte;

numa versão como noiva assim atua

do Rei Teukros e em outras é adotada

e como noiva ao próprio filho dada,

sem que os Helenos adotassem tal acinte.

 

Assim, a fazem defender a castidade,

somente a Hérakles seu par supostamente

e quando Apollo envia sua serpente,

é como o oráculo a respeito proferia.

Já o javali de ouro, na verdade

e o castigo sobre o rei lançado,

já fazem parte de outro mito alçado

que ao morto Adônis assim se referia.

 

EPÍLOGO

 

Este deus Adônis, de nascimento virgem,

fora morto por Apollo travestido em javali:

é o deus antigo trucidado ali

pelo deus novo das estepes transportado.

E ao rei anual nova sentença impingem,

que de um javali deveria usar a pele,

que será morto, exceto quando apele

para Artemísia, tendo o santuário alcançado.

 

Recebia certa vantagem inicial,

mas é seguido por cães e caçadores;

caso o matem, são por Adônis vencedores,

caso se escape, é Ártemis que o salvou.

De qualquer forma, outro costume habitual

era o rei mandar à caça desarmado,

por javalis a ser morto e devorado,

feroz costume que o vulcão enfim queimou.

 

Quanto à pedra por “Antípathes” chamada

e suas propriedades terapêuticas,

localizada nas alturas têutricas,

não foi de fato bem identificada.

Os atuais habitantes a desconhecem

e nem sequer lembranças remanescem

dos poderes desse antigo mineral,

só recordado qual fragmento do irreal!...

 

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