A FILHA DE JEFTÉ 1 – 29 ABRIL 2021
JEFTÉ ERA FILHO DO GILEAD QUE REINAVA
NESSA TERRA QUE DEPOIS FOI SAMARIA,
MAS NÃO DA ESPOSA.
SEU PAI O GERARIA
EM CONCUBINA QUE EM MIZPÁ MORAVA;
ELA LHE FORA FIEL, MAS A FAMILIA ACHAVA
QUE FOSSE PROSTITUTA. MORRENDO O PAI UM DIA,
DISSERAM-LHE OS IRMÃOS QUE NADA HERDARIA
JUNTO COM ELES, SENDO SUA MÃE ESCRAVA.
FOI JEFTÉ ASSIM EXPULSO DE SUA TERRA
E NAS ALTURAS DE TOBE SE ACAMPOU;
LOGO UM GRUPO DE SEGUIDORES AJUNTOU
QUE AOS INIMIGOS DE ISRAEL FAZIAM GUERRA,
DE FATO APENAS POR MOTIVOS DE PILHAGEM:
SALTEADORES, PORÉM HOMENS DE CORAGEM!
A FILHA DE JEFTÉ 2
CERTO DIA, O REI DE AMON, PAÍS VIZINHO,
INVADIU AS TERRAS FÉRTEIS DOS HEBREUS,
MATANDO E PILHANDO OS CAMPOS SEUS
SENDO EM GILEAD O COMANDO BEM MESQUINHO,
CONVOCARAM A JEFTÉ DE SEU CANTINHO,
QUE COMANDASSE O POVO DE SEU DEUS,
NESSA LUTA CONTRA AMON E OS IDUMEUS:
O GUERRILHEIRO RECUSOU ESSE CAMINHO.
“VÓS ME EXPULSASTES DA TERRA DE GILEAD,
QUEREIS AGORA QUE DEFENDER-VOS VADE?”
“RECONHECEMOS A INJUSTIÇA QUE FOI FEITA,
VEM COMANDAR-NOS, CONTUDO E ENTÃO SERÁS
O NOSSO CHEFE NESSA LUTA E APÓS NA PAZ!”
TODO O POVO A UM JURAMENTO ASSIM SUJEITO.
A FILHA DE JEFTÉ 3
ENQUANTO JEFTÉ A TROPA ORGANIZAVA,
COM O APOIO DE GILEAD E MANASSÉS,
OS DE EFRAIM CONTINUARAM EM SUAS SÉS,
DISCUTINDO SE O CONVITE SE ACEITAVA
E JEFTÉ MENSAGEM AO REI DE AMON ENVIAVA:
“POR QUE DESCESTE DE TEUS ALTOS SOPÉS
E VIESTE ATACAR-NOS DE MÁS FÉS?
VOLTA À TUA TERRA E ALI DEPÕE TUA CLAVA!”
CONTUDO, O REI DE AMON LHE RESPONDEU
QUE GILEAD PERTENCIA AO REINO SEU
E SE OS HEBREUS ESSA TERRA ABANDONASSEM,
SERIA A PAZ FEITA COM NATURALIDADE;
REDARGUIU JEFTÉ, COM IGUAL SEVERIDADE,
QUE TREZENTOS ANOS ALI JÁ SE PASSASSEM.
A FILHA DE JEFTÉ 4
APÓS ISRAEL DERROTAR OS AMORREUS,
QUE ERAM OS ANTIGOS DONOS DESSA TERRA:
“JEOVÁ NOS PROTEGEU NA DURA GUERRA,
OS INIMIGOS ENTREGANDO A SEUS HEBREUS;
OS AMONITAS TÊM EM TEMPLO ALTARES SEUS
PARA QUEMOCHE, O DEUS-SAPO DE SUA SERRA,
E SE TAL DEUS TANTO PODER ENCERRA,
QUE DÊ OUTRAS TERRAS PARA OS IDUMEUS!”
MAS INSISTIU NA GUERRA O REI DE AMON
E JEFTÉ UM VOTO FEZ BEM IMPRUDENTE:
“SE EU VENCER, A JEOVÁ SACRIFICAREI
QUEM PRIMEIRO DE MINHA TERRA MOSTRE O TOM,
EM AÇÃO DE GRAÇAS POR PROTEÇÃO VEEMENTE:
SERÁ IMOLADO, QUER ANIMAL, QUER GENTE!”
A FILHA DE JEFTÉ 5
ORA, ELE ACHAVA QUE ENCONTRARIA ALGUMA REZ
OU UM CÃO, UM ESCRAVO OU UMA ESCRAVA,
NESSA PROMESSA SORRATEIRA QUE VOTAVA,
DE SEU DEUS JEOVÁ A OFENDER A TÊS!...
E ENTÃO VENCIA, QUAL NA ESCRITURA LÊS,
DESDE AROER ATÉ MINNITH E CONQUISTAVA
VINTE CIDADES, COMO AO TEMPO SE CHAMAVA
ALDEIA CERCADA QUE SOBRE OS MONTES VÊS...
E AO RETORNAR ASSIM, CHEIO DE GLÓRIA,
É A PRÓPRIA FILHA QUE A ENCONTRÁ-LO VEM,
TOCANDO ADUFES COM SUAS COMPANHEIRAS!...
MAS NÃO HAVIA COMO DESFAZER A HISTÓRIA,
DEIXARA AS OUTRAS PARA TRÁS, TAMBÉM,
O PAI ABRAÇANDO COM PERNAS BEM LIGEIRAS!
A FILHA DE JEFTÉ 6
A ÚNICA FILHA ERA QUE TINHA JEFTÉ:
CONFESSA O VOTO NO SEU DESESPERO;
PEDIU A MOÇA POR UM TEMPO DERRADEIRO,
QUE PELOS MONTES FOSSE ANDAR A PÉ,
SUA VIRGINDADE A PODER CHORAR ATÉ;
DEPOIS VOLTOU, VESTIDA COM APERO,
AO SACRIFÍCIO QUE SE CUMPRIU LIGEIRO,
FEITA EM FUMAÇA NO TAL AUTO-DE-FÉ...
ESTE O ÚNICO SACRIFICIO A NÓS NARRADO
DE UM SER HUMANO NO VELHO TESTAMENTO:
MUITOS FORAM MORTOS, MUITOS MASSACRADOS,
MAS ENTRE HEBREUS ERA O TABU HONRADO,
MORTO ANIMAL APÓS UM JULGAMENTO,
EM LUGAR DE HUMANOS PARA O ALTAR DESIGNADOS.
MAR ETERNO E MULHER TERNA I – 29 ABR 21
Quando tocar nas águas da lagoa,
eu causarei ali tensão superficial
e num toque de magia artificial,
vou recolher cada estrela que flutua,
que enrolarei na palma da mão nua,
para um colar dourado de fanal,
ofertar a meu amor imaterial,
a quem jamais eu vi andar na rua.
Mas se tentar na praia igual fazer,
por mil estrelas que ali me vejam,
mais estrelas-do-mar que nágua adejam,
não poderei panóplia igual suster,
que o mar é eterno, muito além do amor,
salgado apenas para mim em seu rumor.
MAR ETERNO E MULHER TERNA II
O olho do dia já me espia agora,
que encaro tímido desde o coração;
busco a ternura fremente de emoção
da flor formosa que tenho por senhora;
abro o tecido roubado sem demora
e o deposito ao sopé de sua mansão:
que em breve mostre a sua aceitação,
antes que o sol o derreta para o outrora.
Fico a aguardar, no perpassar das horas,
enquanto a porta fechada permanece,
se resposta escutarei para minha prece;
minha
tapeçaria, suave luz, descoras,
úmido arco-íris ora apenas no degrau,
sem que a seu peito eu tenha achado vau.
MAR ETERNO E MULHER TERNA III
O mar é eterno, por mais seja mutável,
vagas antigas repetem-se na espuma,
minhas esperanças marolam-se uma a uma,
vidas sem número em escala indecifrável.
Seu coração é rubro e o creio mais amável
do que este mar que para longe ruma,
ou seu vapor que para o céu se esfuma,
mas seu engano igualmente é comparável.
O mar percorre por meus pés de areia,
nessa certeza de um dia me levar,
o grande oceano indiferente e eterno;
o coração da amada me incendeia,
nessa incerteza de um dia me aceitar:
mas é mulher – e sei que um dia será terno!
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