Foi
Feito Homem 1 – 11 abril 2021
Ocasiões
há em que me vêm à mente
As
nádegas de Cristo sacrossanto;
Sempre
aparece envolto no seu manto,
Com
seu olhar a nos fitar de frente;
Até
mesmo no batismo é bem frequente,
Na
iconografia que descreve tal recanto,
Em
que a água desce Nele como pranto,
Quando
diante do Batista Ele se assenta,
Ou
está de pé, despido até a cintura,
Mas
envoltos em pano Seus quadrís
Ou
então ajoelhado no Jordão,
Talvez
coberta mesmo a testa pura,
Não
aparecem Seus membros virís,
Nunca
de costas qualquer seja a situação.
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Feito Homem 2
Naturalmente,
tudo isto é fantasia,
Jamais
Sua imagem registrada na ocasião
Em
que Seus membros sobre a Terra estão
E
não se sabe qual aspecto teria,
Que
descrição corporal não haveria
Nos
Evangelhos, nas Epístolas, na Ascensão;
Tomé
coloca nas chagas a sua mão
E
um corpo humano certamente tocaria;
É
flagelado, leva a cruz e tombaria
Três
vezes em Sua marcha ao sacrifício,
Sendo
descrito que o sangue ali vertia
E
em ocasião Ele até mesmo choraria,
No
grave esforço de cumprir o Seu ofício,
Mas
Seu semblante não se descreveria.
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Mas
como foi apelidado O Nazareno,
Se
presume que voto fez de Nazireu,
Crescendo
longo esse cabelo Seu
E
a barba a Lhe brotar no rosto pleno,
Mas
quais os traços do semblante ameno
Não
se conhece, o Evangelho não nos deu;
Nenhum
espanto nessa ausência que sofreu,
O
Testamento em descrições é bem pequeno,
Do
mesmo modo que no Velho Testamento,
David
é ruivo e de aspecto gentil,
Esaú
barba vermelha, Jacó sendo moreno,
Mas
nada mais me ocorre ao pensamento,
Não
se descreve qualquer corpo mais viril,
Mesmo
do corpo feminino há pouco aceno.
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E
desse modo, tudo é imaginação,
Nem
sequer se sabe que cor teria na pele,
Que
fosse branco à tradição apele,
Mas
nem sequer disso há confirmação;
Foi
submetido ali à circuncisão
E
alguma pista talvez isto revele,
Que
de Moisés o seu destino sele,
Como
um Egípcio sendo criado na ocasião.
Mas
na iconografia os pobres são
Iguais
que os faraós, alguns morenos
E
outros negros. Assim, nada sabemos
Sobre
os Judeus que nesse Egito estão,
Salvo
se achassem diferentes dos Camitas,
Possivelmente
com aspectos Semitas.
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Um
Mandamento proibiu reprodução,
Seja
em pintura ou imagem de escultura;
Não
é de se espantar que essa textura
Só
se apresente pela imaginação;
Sobre
a Arca dois Querubins estão
E
o Candelabro, a Menurá tão pura
De
Sete Braços apresentados em figura,
Na
natureza não se encontrarão.
Existe
mesmo uma certa tradição
Que
o filósofo Apollodoro de Triana
Foi
o modelo das imagens iniciais
Com
que Jesus foi mostrado em ocasião:
Quando
aos Gentios o Evangelho irmana
Tal
lei Hebraica não se aplicava mais.
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Feito Homem 6
E
voltando ao Messias, ser humano,
Que
tantas vezes se alimentou e bebeu
E
que a Santa Eucaristia assim nos deu,
Na
cruz O mostram nu ou só um pano
Recobre
Seus quadrís. Não é profano
Mostrar
a imagem de um homem que sofreu?
Sempre
de frente, contudo, esse Judeu,
Mas
é inegável, por qualquer arcano,
Que
nádegas possuísse. É por pudor
Que
será sempre mostrado só de frente,
Caso
contrário, de troça alvo seria...
Mas
nosso corpo é o Templo do Senhor
E
a qualquer membro um respeito equivalente
Ao
dado ao rosto demonstrar se deveria.
SONETOS
MONSTRUOSOS VIII
A
INFANTICIDA I – 12 ABR 21
Por
que motivo deveriam vir ao mundo
Essas crias
nojentas que eu não quis,
Se nem
sequer foi por prazer que eu fiz,
Mas para
os machos atender desejo imundo!
Mesmo que
às vezes sentisse ardor profundo,
Esse gozo
de um momento não me diz,
Nem dentro
ao coração amor refiz
Por tais
serzinhos fabricados num segundo,
Mas que
incomodam a gente toda a vida!
Bem vejo
em torno como são ingratos
E que
só vivem para explorar as mães!
Eu mesma
sei que nunca fui querida,
Melhor
que jogue fora esses nonatos,
Que ao
menos servem de comida para os cães!
A
INFANTICIDA II
Se aqui
insisto neste mesmo tema,
A vida
humana é para mim sagrada,
Não devendo
ser assim desperdiçada,
No fecundar
há percentagem tão pequena!
Alguns
milhões nesse instante sofrem pena,
Somente
uma a ser do óvulo abençoada,
A vida
a um único sobrevivente dada,
Quão
importante essa escolha nos acena!
E permitir-se
ser tal feto assassinado
Ou se
matar um nenê meio imperfeito,
Causa-me
assombro e me deixa revoltado!
E no
entretanto, quanta criança abandonada,
Que nada
ganha do amor que têm direito
Dessa nossa
sociedade mal formada!...
A
INFANTICIDA III
Contrariamente
à Infanticida eu acredito
Ser necessária
da mãe a exploração,
Sendo indefesa
a criança na ocasião,
Sua proteção
ao ser torna bendito.
E de
igual modo, ao coração aflito
De cada
mãe, em cada geração;
A maioria
dos pais também o são,
Seu coração
convertido nesse grito.
E pode
haver mais perfeita minoria
Que essa
criancinha tão pequena,
A quem
o corpo da mãe escolheria?
Portanto
insisto nesta refutação,
Que o
Santo Espírito dos olhos nos acena
De cada
ser que compõe nossa nação!
Belos Escritos!
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