A PALAVRA DO PROFETA I – 7 ABR 21
“O HOMEM RICO ERA DONO DE UM REBANHO
DE OVELHAS GORDAS E DE PURA LÔ,
AO REI NARROU O PROFETA NATHAN,
NUMA PARÁBOLA DO MAIS PURO AMANHO.
“O HOMEM POBRE TINHA SOMENTE O GANHO
DE UMA OVELHA QUE NASCERA TEMPORÃ,
A QUAL CRIARA NO MAIOR AFÃ,
TENDO POR ELA AMOR DE IGUAL TAMANHO
AO QUE TERIA POR SUA PRÓPRIA FILHA;
E ACONTECEU QUE O HOMEM RICO, SEM RAZÃO,
MANDOU MATAR A OVELHA DO VIZINHO.”
“E NUM BANQUETE EM QUE PRATOS EMPILHA,
ELE A COMEU, MOVIDO DE AMBIÇÃO,
NO PURO ORGULHO DE SEU DESCAMINHO!...”
A PALAVRA DO PROFETA II
“NÃO SATISFEITO, PARA QUE SEQUER NOTASSE,
MANDOU O SEU VIZINHO PARA A MORTE,
ISOLADO NAS TERRAS LÁ DO NORTE,
QUE ESSA GENTE DE MÁ ÍNDOLE O MATASSE,
“SEM QUE AO MENOS TAL HOMEM RECORDASSE
QUE SEU VIZINHO AMIZADE DE BOM PORTE,
POR LONGO TEMPO, PIOR QUE FOSSE A SORTE,
DE SEU DESTINO FIELMENTE PARTILHASSE...”
DISSE O REI: “TREMENDA É ESSA MALDADE,
MERECE O HOMEM RICO A PUNIÇÃO
QUE SE RESERVA PARA O PIOR LADRÃO!”
“PORÉM ÉS TU ESSE HOMEM, NA VERDADE,”
DISSE O PROFETA. “DE TEU SERVO URIAS
TOMASTE A ESPOSA, BETSABÁ, POR CRUÉIS VIAS!”
A PALAVRA DO PROFETA III
FICOU O REI YEHOSHABEATH HORRORIZADO,
ESSE MESMO QUE APELIDARAM DE DAVI: (*)
“EMBORA SEMPRE HONESTO A DEUS SERVI,
SOU RÉU DE CRIME POR MEU VASTO PECADO!”
O REI DAVI FOI DEVIDAMENTE CASTIGADO,
QUAL NARRATIVA NO TESTAMENTO EU LI,
MAS GENEALOGIAS DE IGUAL MODO EU VI
E DE BETSABÁ NASCEU UM FILHO HONRADO,
QUE SEM SER O PRIMOGÊNIO, FOI O REI,
O SALOMÃO QUE PEDIU SABEDORIA
E NÃO VITÓRIAS OU RIQUEZAS OBTER.
E ENTRE OS ASCENDENTES O ACHAREI
OU DE JOSÉ OU DA VIRGEM MARIA,
DE QUEM O MESSIAS HAVERIA DE NASCER...
SONETOS
MONSTRUOSOS VI
A ABORTEIRA
I – 8 ABR 21
O mundo
está cheio de gente demais!
Vivendo
na miséria, em dor e fome,
Frio e
pobreza que a vida lhes consome,
Por que
deixar que nasçam ainda mais?
Por vasta
prole assim julgam-se imortais,
Leis contrario
que a este mal não dome,
A morte
ajudo que de fato a tudo come,
Essas crianças
seguirão trilhas iguais!
Pois isso
impeço. Há muitas que me pedem;
Eu as
auxilio e nem é pelo dinheiro,
Passo a
sujeira dos outros a limpar,
Com as
mãos retiro os fetos que ali fedem,
De tantas
mulheres arranco o derradeiro
Espasmo
pelo orgasmo que ansiaram por gozar!
A ABORTEIRA
II
Bem reconheço
o que ocorre muitas vezes:
Não são
as pobres que vem me consultar
E sim
as ricas transgressoras a clamar,
Quando
se encontram na gravidez de meses.
São movidas
por egoísmo que desprezes
E dessa
cria só desejam se livrar,
Que sua
vaidade se possa conservar
Nessa aparência
que mais bela peses...
E pela
morte me pagam facilmente,
Seja do
fruto qualquer de um adultério,
Seja do
filho concebido em matrimônio.
E ganho
a vida para o bem da gente
Que não
deseja o mal do puerpério,
Mães desvairadas
por artes do demônio!
A ABORTEIRA
III
Pouco me
importa. É minha profissão
Não me
arreceia ser um crime o aborto,
Nem alma
têm os bonecos que assim corto
Ou caso
a tenham, não me importa aonde vão.
Já disse
antes que há no mundo profusão:
Tanto bebê
que deveria ser morto,
Nasce doente
ou retardado, nasce torto,
Só o
sofrimento pela vida alguns terão!
Da
sociedade eu executo a poda:
Galhos
cortados brotarão mais fortes,
Mais lugar
abro assim para os melhores,
Fruto querido
de satisfeita boda
E que
na vida gozarão melhores sortes,
Meus próprios
lucros a deixar maiores!
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