O DEUS SEDUTOR XIV – 04 nov 21
E a Deusa dos Destinos e Desejos,
Embora dele sua identidade suspeitasse,
Teceu sua teia para capturá-lo
E recebeu as Águas, sem abalo,
Para que o próprio destino lhe agradasse
E por desejo de Águas Doces e seus beijos!
Mas de manhã, Shamash, o Sol, abriu um talho
Por entre o véu esbranquiçado do nevoeiro
E Enki a contemplou, firme nos olhos
E novamente se lhe ergueram os antolhos:
Tampouco nela encontrou seu amor primeiro
E abandonou-a, transformado em orvalho...
Uttu, magoada, chorou lágrimas preciosas
E jurou não se prender às Águas Doces...
Alguns destinos seguiram os desertos,
Desejos áridos foram então despertos,
Que do Fado e do Porvir não tomam posses
Nem sequer as divindades poderosas!...
E retornou a Nimmursaya, tristemente,
Dizendo acreditar-se fecundada
Por toda a sedução das Águas Doces...
“Eu te ordenei que sozinha ao rio não
fosses!”
“Eu não fui, mas pelas chuvas fui achada...”
“Então enterra no solo a tua semente!...”
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