domingo, 26 de dezembro de 2021


 

 

O VERBO ESTAVA COM DEUS I – 23 DEZ 2021

 

De cada púlpito e nas Mídias se anuncia: (*)

“Esta é a Palavra de Deus”, constantemente,

mas as pessoas entendem, simplesmente,

que é o Padre ou o Pastor que as pronuncia,

como de fato o faz, quiçá mesmo à revelia

do que nas Santas Escrituras se apresente;

mas esta ênfase, em templos tão frequente,

é muito mais que qualquer um perceberia.

Porque “Evangelho”, ou seja, as “Boas Novas”,

significam a “Boa Palavra”, realmente:

nela se encontra a informação latente

de que essa “Palavra” do Filho são as provas

e não apenas um conjunto de linguagem,

traduzida mais ou menos tal mensagem.

(*) Mídia já é um plural, mas não posso contrariar

esse erro já consagrado [Medium = Media])

 

O VERBO ESTAVA COM DEUS II

 

É preciso compreender que, na verdade,

essa Palavra ou Verbo vai além

do que se possa interpretar também:

que “a Palavra se fez Carne” em realidade.

Deus Pai abrange toda a imensidade,

todo o tempo, todo o espaço que se tem,

toda a energia e força, todo o bem,

mesmo aquilo que se julgue ser maldade.

Deus é infinito em Sua materialidade,

não é apenas um poder espiritual,

mas “dentro Dele todos nos movemos,

vivemos e existimos” nessa divindade,

que assim engloba nosso lado material

e todo o espiritual nós Lhe devemos.

 

O VERBO ESTAVA COM DEUS III

 

Mas de que forma nos comunicaremos

com esse Todo que abrange a Eternidade?

Eterno não é só o que não tem finalidade,

mas que começo não teve entenderemos,

porque existe desde sempre e Nele vemos

tudo o que foi, que hoje é, toda perenidade,

do porvir o vir-a-ser em sua potencialidade,

mais o que, em torno a nós, em Ato vemos.

E desse modo, é necessária para nós,

não para o Pai, que de nada necessita,

uma forma limitada de Sua Ação;

no pluriverso nos encontramos sós,

mas na Palavra o coração se agita

e a aceitamos, mesmo em nossa imperfeição.

 

E O VERBO ERA DEUS I – 24 DEZ 2021

 

De forma alguma o Pai se diminuiu

ou em Sua Palavra encontrou restrição,

mas estabeleceu Sua veraz contemplação

e pela Palavra Sagrada nos instruiu;

assim o Novo Testamento é que atribuiu,

pela Palavra Encarnada a compreensão,

que ao ser humano de limitada intelecção

tornou capaz e igual assim nos arguiu.

O Alcorão considera bem possível

de Maria o nascimento virginal:

Jesus Cristo é o penúltimo profeta;

para Alá tudo é possível, só impossível

que tenha um filho de aspecto carnal,

cuja mensagem só Maomé completa.

 

E O VERBO ERA DEUS II

 

Já o Talmude mostra menos compreensão:

não só contesta o nascimento virginal,

como o Messias não é aceito como tal,

nem tem sequer como profeta aceitação;

porém se entende, na cristã noção

que é o Eterno a habitar no material;

é o humano a sentir anseio espiritual

e assim se torna necessária a redenção.

Então Deus Pai, quase incognoscível,

em Sua própria natureza perenal

é necessário reduzir ao perceptivel,

nos termos de inteligência limitada,

nessa figura humana conceptual,

que entre nós veio fazer morada.

 

E O VERBO ERA DEUS III

 

Mas a Palavra vai muito além da humanidade,

porque esse Verbo é Deus integralmente,

de uma forma misteriosa condicente

com a pequenez de nossa finidade

e então Sua permanência, em realidade,

é apenas temporária, ante a premente

limitação de toda a humana gente

e então retorna para a espiritualidade,

mas aos discípulos fez simples promessa:

“Eu vos enviarei o meu Consolador,

o Paráclito”, que é a Ação divina,

que em cada coração eterna cresça

e nos busque converter ao Seu Amor,

a contrarie nossa vaidade pequenina.

 

O FARAÓ ESCONDIDO I – 25 DEZ 2021

 

Há uma teoria de que Seti Primeiro,

um dos maiores Faraós do Egito,

ainda se encontra em seu sepulcro inóspito,

permanecendo em seu descanso derradeiro

e que seu vasto hipogeu, vazio inteiro

nos dias de hoje, só pelo vento aflito,

saqueado a séculos por tal povo maldito,

nunca conteve esse rei em seu viveiro,

porém que exista um outro túmulo secreto,

escavado em maiores profundezas,

que tesouros contém inimagináveis,

muito mais desse que teve por objeto

o jovem Tutankhamon, com suas riquezas,

para seu curto reinado incompatíveis.

 

O FARAÓ ESCONDIDO II

 

Dizem que tudo foi somente um chamariz,

que os verdadeiros tesouros e rituais

se acham em subterrâneos abissais,

muito mais que tal túmulo esvaziado diz,

com o argumento de que a múmia não se quis

tratar com o mesmo cuidado que as demais,

sendo os processos de mumificação finais

muito inferiores do que aos outros reis condiz.

A sua cabeça está separada do pescoço

e de uma estátua conhecida é diferente,

mesmo o formato do queixo não concorda;

que outro corpo foi guardado nesse poço,

nesse sarcófago de ocultação premente

de cada saqueador que ali se aborda.

 

O FARAÓ ESCONDIDO III

 

Também ocorre que, de quando em vez,

aparece de Seti Primeiro um objeto,

que se supõe guardado estar secreto,

para ser vendido a algum freguês,

só raramente, que atenção não dês

aos artefatos, com demasiado afeto,

de uma familia o tesouro mais dileto,

só apresentado com a discrição que crês

seja plausível, evitando desconfiança,

que o mercado negro existe realmente,

os descendentes dos guardas do ostensório

muito mais vasto, que oculta essa aliança

e o defende da forma mais veemente,

guardada a múmia ainda em tal reservatório...

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