quarta-feira, 15 de dezembro de 2021


 

 

O DEUS SEDUTOR XXIII – 13 nov 21

(Ereshkigal, deusa da morte)

 

“E onde mais te dói, querido amor?”

“Eu sinto dor ainda na garganta...”

“Pois à luz dei a deusa Azimua,

Que sempre cantará à luz da Lua,

Deusa da Música, que o coração encanta

E que aos poetas inspira o seu louvor...”

 

“Diz-me, querido, onde te dói ainda?”

“Eu sinto dor nas pernas e nos braços.”

“Teus membros eu agora te livrei

E o Deus Enshágue ao mundo libertei,

Para aos atletas conceder os seus abraços

E aos guerreiros dar resistência infinda!...”

 

“Onde é que ainda sentes qualquer dor?”

“Eu sinto dor ainda nas costelas...”

“Pois trouxe à vida Ninti, que o pulmão

Protege e igualmente ao coração...

Ela abre agora para a vida tuas janelas,

Estás curado de todo o teu ardor!...”

 

“Acabaram-se tuas dores desta sorte,

Pois agora te curei inteiramente

E nunca mais te lançarei a maldição,

Por infiel que seja a tua paixão

E viverás agora, eternamente,

Que dei à luz Ereshkigal, Deusa da Morte.

 

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