O VELHO PROFESSOR
Capítulo Seis – 1º nov 2021
Era o monumento ao fundador da escola,
já centenário quando ele ali chegara:
HORACE MANN, UM SÁBIO EDUCADOR,
+ MIL OITOCENTOS E CINQUENTA E NOVE.
O professor agachou-se sobre a sola
das botinas.
Tantas vezes contemplara
aquela estátua do antigo fundador...
De novo a lápide seu coração comove...
“TIVE VERGONHA, REALMENTE, DE MORRER
ANTES DE TER OBTIDO UMA VITÓRIA
QUE O BEM FIZESSE A TODA A HUMANIDADE.”
Era uma frase do velho Diretor...
Mas,
e eu? Que consegui fazer
que interferisse
com a humana história,
mesmo
que a alguém desse felicidade?
Fui
um fracasso! Pensou
o professor.
E num impulso ergueu-se novamente,
atravessando a neve e o vento frio
e penetrou outra vez no pavilhão
em que sua sala de aula se encontrava.
Ninguém estava no prédio, realmente,
nem sequer o zelador de tanto brio...
Abriu a porta, contemplando a solidão:
Nas classes poeira já se acumulava...
Ficou parado, só o silêncio ouvindo...
Por
que razão esta nova despedida?
Verdade
é que saí sem perceber
que
nunca mais aqui lecionaria...
Por
quantos anos aqui fui persistindo,
praticamente
por toda a minha vida!
Melhor
aceitar a ideia de morrer...
Da torre ao longe O Messias soaria...
Mas de repente, um sino se escutou,
surgiu na sala certa luz estranha,
sobre doze classes algo apareceu...
Não
eram vultos! Apenas um reflexo...
A pouco e pouco então se condensou,
tomando forma com exatidão tamanha:
e doze rostos então reconheceu,
já os corpos sólidos em perfeito nexo.
“Professor, lhe desejamos bom Natal!”
“Não acredito que vocês voltaram!
Sei que em algum lugar todos morreram...”
“É bem verdade, caro professor:
a minha morte foi de fato a inicial,
de meu caça os alemães me derrubaram
sobre a Inglaterra, mas jamais venceram
e antes lutei com o maior valor!”
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