quarta-feira, 9 de março de 2022


 

 

O CASTELO ASSOMBRADO

Capítulo Dez – 30 nov 21

 

“Mas, afinal, o que foi que aconteceu?”

Indagou o forasteiro, já curioso.

“Certo dias, todos nos embriagamos

e cometemos um ato pavoroso:

uns aos outros nos decapitamos,

dos oito o sangue nos pisos escorreu!...”

 

“E então o sangue se aglutinou,

tomando o aspecto de um mágico vermelho:

“Sois meus últimos descendentes, infelizes!

Tereis o castigo de meu antigo relho:

durante séculos se repetirão tais crises!”

De novo em nós o sangue penetrou!”

 

“Mas as cabeças não voltaram ao lugar;

nossas esposas também sofrendo a maldição

e igualmente nossos servos e criados,

massacrados por nossa própria mão,

porque tomaram os diferentes lados,

sofrendo assim nosso castigo milenar!”

 

“Só poderia ter final o encantamento

quando um homem sem medo nos surgisse,

que por nós assustar não se deixasse,

por piores truques que se lhe sugerisse

e que nenhuma ação maligna o expulsasse.

A ti devemos nosso maior agradecimento”

 

“Diante de nós permaneceste impassível

e assim nós te daremos um desejo,

seja o que for que nos venhas a pedir;

podes agora manifestá-lo sem ter pejo,

porém há pressa, que logo ira sumir,

cantando o galo, este castelo incrível...

 

“Muito agradeço a sua oferta generosa,”

Disse o viandante, com voz embargada,

“mas só uma coisa é que eu desejaria,

sem que, de fato, queira pedir mais nada,

que além de vosso alcance se acharia,

qualquer outra só me seria desonrosa...”

 

“Nisto se engana, meu caro viajante:

durante os séculos que durou o encantamento,

procuramos em todos os livros de magia

para afastar de nós este portento,

que entre nós o ancestral deixado havia:

nada encontramos, mas sabemos o bastante

 

para dizer quem você é e de onde vem:

sois o rei desse país nosso vizinho;

foste afastado por outro encantamento,

seu tio é um mago de poder mesquinho,

que lançou sobre vós esse porento,

seu teleporte a provocar também!..

 

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