O CASTELO ASSOMBRADO
Capítulo Oito – 28 nov 21
Então encheu dois copos e, com delicadeza,
um colocou perante o anfitrião:
“Com um brinde lhe queria agradecer,
mas me desculpe a minha indiscrição:
talvez brindar-me não poderá fazer,
mas reconheço toda a sua gentileza!”
“À sua saúde!” – respondeu a cabeça
e o seu braço esquerdo ele estendeu,
tomou o cálice e na boca o derramou;
bem claramente um gargarejo sucedeu,
pelo pescoço que a cabeça não tocou!
“Assim respondo ao brinde que me peça!”
“Não se assustou nem agora, meu amigo?”
“Mas por que me assutaria? Foi cortês,
pior seria caso o vinho esperdiçasse
e a linda toalha encharcasse por sua vez
e até meu colo ele se derramasse...
Essa seria uma atitude de inimigo...”
O homem sem cabeça bateu o pé no chão
e, de repente, surgiram sete iguais,
suas cabeças sob os braços segurando.
“Ele afirma não ter medo, concordais?”
As cabeças sob os braços careteando,
sem o visitante aceitar provocação.
“Então não sente qualquer medo de nós?”
“Por que haveria de lhes sentir pavor?
Tenho minha espada para me proteger
e todos os oito já me fazem o favor
de virem sem cabeça! Nem preciso me mexer
e até prefiro não ficar aqui a sós!...
Então o primeiro soltou grito estridente:
o gato-leão saiu de sua lareira,
o troll negro se aproximou da mesa,
o gigante e o anão junto à sua cabeceira,
três dúzias de monstros em fileira bem coesa,
a se apertarem numa roda constringente!
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