O MENINO SEM CABEÇA VI –
7 dez 21
“Aquele homem entre as
sombras se escondeu,”
disse a Princesa
Rosaflor. “É algum segredo
que ele está
guardando! Tenho medo:
algum feitiço com o mago
ele aprendeu!...”
“Apareça já!” – exigiu o
cavaleiro.
“Não vou lhe dar cabeça,
coisa alguma!
Para igual destino a sua
cabeça ruma
que minha espada deu à do
feiticeiro!...”
“Diga porquê. Não lhe fiz mal algum,
nem tampouco à sua bela
princesa!
Pergunte a ela, que dirá
com certeza
que nunca me viu aqui ou
em lugar nenhum!”
“De fato...” – com
meiguice, disse Rosaflor.
“Eu nunca vi do mago um
ajudante,
com sua varinha levava
tudo adiante,
sem precisar de qualquer
auxiliador...”
“Mesmo assim! Apareça logo, agora!
Senão vou até aí cortar a
sua cabeça!”
“Isso eu duvido. Por mais que força meça,
a minha não cortará em
qualquer hora...”
O cavaleiro ainda mais
queria se exibir,
para mostrar valor à sua
donzela:
“Saia do escuro, chegue
perto da janela,
está querendo ao escuro
me atrair!”
“De chegar perto não faço
objeção,
mas não poderá cortar a
minha cabeça!
Não se incomode se pedir
lhe peça
que não tentará me furar
o coração
ou, quem sabe, me cortar
um braço?”
“Para quê? Só cortarei a sua cabeça!”
“Pois para a luz eu
seguirei depressa,
desde que aceite o pedido
que lhe faço...”
“Tem minha promessa de
que só vou decapitá-lo!”
“Pois seja então como o
senhor quiser,
mas tem certeza? Não
quero assustar a sua mulher.”
“Ande logo! Senão, avanço
e irei matá-lo!”
“Pois bem, vou acreditar
em sua promessa,
tenho sua palavra como um
cavaleiro?”
“Claro que tem, mas ande
bem ligeiro!
É preciso que lhe corte
sua cabeça!...”
Então Rudolf saiu direto
para a luz
e o cavaleiro ficou
estupefato:
“Mas como assim? Por que o desacato,
por que um bruxo anda com
uma cruz?
Onde está a sua
cabeça? Como a irei
cortar, se só vejo o seu
pescoço...?”
“Nunca tive cabeça...” –
disse o moço.
“É por isso que a do mago
eu desejei...”
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