O MENINO SEM CABEÇA V – 6
dez 21
Então ouviu um grito
agudo de mulher
e soou um golpe qual
martelo na bigorna!
Na direção do som ele se
torna,
sem de medo pestanejar
sequer,
mesmo porque pestanas não
possuía...
Era um castelo
suntuosamente decorado,
por tapeçarias e tapetes
adornado,
móveis preciosos por toda
parte havia!
E lá, no meio de um vasto
salão,
viu uma jovem abraçando
um cavaleiro,
ao qual beijava com
fervor ligeiro:
“Ah, Fortinbrás, rei de
meu coração!”
“Tu que és a minha
rainha, Rosaflor!
Não foi prodígio matar o
feiticeiro,
com ameaças era um
arruaceiro,
mas não pôde suportar o
meu vigor!”
“Assim todos os seus
crimes já pagou!
Quantas torturas deves
ter suportado!...”
“De fato, foi até bem
delicado
e mal algum, realmente,
me causou...”
Ficou Fortinbrás meio
desapontado,
mas seus ciúmes logo pôs
de lado:
“Seja como for, foi por
mim decapitado,
não cometerá jamais novo
pecado!...”
Viu Rudolf um cadáver
sobre o chão
e a seu lado, uma cabeça
até bonita,
que sua cobiça de
imediato agita:
“Senhor cavaleiro,
parabéns por sua ação!”
“Quem fala?” Surpreso, o
outro indagou.
“Sou eu,” disse Rudolf,
ainda escondido
na sombra. “Desculpe
tê-lo interrompido,
essa cabeça o senhor foi
quem cortou?”
“Claro que fui. Não vê o sangue em minha espada?”
“Vejo sim, meu
senhor! Que vai fazer
com essa cabeça? Tal como posso ver,
para o mago não serve de
mais nada...
Teria a bondade, então,
de ma ceder?
Eu realmente ando à busca
de cabeça
e preciso dessa com uma
certa pressa,
antes que possa no calor
se desfazer...”
“Quem é você? Decerto é o ajudante
desse mago maligno e
malvado!...
Se pensa que pode ser
ressuscitado,
vá desistindo dessa ideia
neste instante!
“Eu não pretendo a cabeça
colocar
de volta em seu pescoço,
cavaleiro!”
Foi explicando Rudolf,
bem ligeiro.
“Em mim mesmo é que a pretendo
utilizar!...”
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