sábado, 12 de março de 2022


 

 

O CASTELO ASSOMBRADO

Capítulo Onze – lº Dez 21

 

Pela primeira vez, o rapaz mostrou espanto

e lhe falhou a calma surpreendente,

mas o castelão tão somente lhe sorriu:

“A sua surpresa não é medo, realmente;

De qualquer modo, o feitiço já partiu

E não pode mais nos afetar, portanto.”

 

“Tentei em vão a floresta atravessar

que nos separa do país vizinho,

mas cada vez que descobria algum sendeiro,

magicamente fechava-se o caminho

e já cansado, busquei outro paradeiro,

a seu castelo acabando por chegar...”

 

“Sabemos bem.  Mas expresse o seu desejo,

que em breve o canto do galo irá soar

e não poderá mais ficar aqui,

porque o castelo irá desmoronar...”

“Pois então, escute agora o que pedi:

que esse meu tio sofra agora o mesmo pejo!”

 

“Que desapareça para bem longe do país,

com sua mulher, a velha feiticeira;

não peço a morte, porém que não retornem...”

“Está feito!  Nossa magia é justiceira:

volte à floresta por caminhos que a contornem,

logo achará essa senda que mais quis!..

 

EPÍLOGO

 

O jovem rei saiu dali depressa

e bem a tempo!  Com estrondo fragoroso,

o castelo se derruiu inteiramente!

Achou o cavalo ainda amarrado e temeroso,

mas o acalmou, seguindo logo em frente

e seu galope nem um só momento cessa!...

 

Dali a três dias chegou à capital,

acolhido pelo povo em mil festejos;

seu tio e a esposa nunca mais voltaram,

porém sua noiva o acolheu aos beijos

e as bodas bem depressa celebraram,

reinado próspero e de progresso sem igual!...

 

 

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