ELIAS E AHAB

CAPÍTULO PRIMEIRO – 2 AGO 21

 

Depois que o povo se maravilhou,

Mandou Elias prender os profetas de Baal

E foi por todos prontamente obedecido,

Mas para evitar alguma reação

Do rei Ahab, foi até ele e lhe falou:

“Vai para tua casa.  Eis o sinal

De que a chuva em breve terá caído:

Bebe e come uma lauta refeição!...”

 

E Ahab, compreendendo a situação,

Não discutiu e tomando a Jezebel.

Subiu depressa sobre sua quadriga

E partiu em direção à capital.

Elias, porém, senhor dessa ocasião,

Mandou levar os sacerdotes em tropel

Até o ribeiro de Kishon, no qual se diga,

Matou a todos os profetas de Baal!

 

É improvável que força assim tivesse

Para degolar ou matar a porretadas

Os quatrocentos e cinquenta sacerdotes de Baal

E mais os quatrocentos profetas das Asherim;

Mais aceitável, portanto, que ordenasse

Alguns do povo a matá-los a pancadas,

Como castigo pelo seu grande mal

E o mortinío foi completado assim.

 

Subiu de novo até o Monte Carmelo

E contra a terra inteiramente se curvou,

Seu rosto colocando entre os dois joelhos

E então disse ao rapaz que o acompanhava,

“Vai até o lado da praia do mar belo

E olha o vento que desde o mar soprou;

Se o céu da chuva te mostrará os espelhos.”

Correu o rapaz a ver o que passava.

 

Porém voltou a seguir, desiludido:

“Senhor, sobre o mar não vejo nada.”

Elias então lhe respondeu: “Retorna.”

De novo o rapaz até a praia correu

E outra vez voltou esbaforido:

“Não há nuvem, senhor, no céu formada.”

Disse-lhe Elias: “Anda e torna.”

E sete vezes o rapaz o obedeceu.

 

Da sétima vez, porém, ao retornar,

Outra notícia deu a seu profeta:

“Vejo uma nuvem do tamanho de minha mão.”

Notando ao longe que Ahab retornava.

Disse ao rapaz: “Vai ao rei avisar:

Vira teu carro e volta como seta,

Que a tempestade será de longa duração,

Senão teu carro na estrada se atolava!”