quarta-feira, 4 de agosto de 2021


 

OS REIS E OS PROFETAS

CAPÍTULO SEIS – 26 JUL 21

 

“Para mim e meu filho será a última refeição:

Comeremos esse pão e depois nós morreremos...”

“Não temas,” disse Elias. “Faze o que disseste,

Mas primeiro traz um pãozinho para mim.

Diz o Senhor Jehovah: Não te faltará o pão;

Terás farinha, por mais que os três comermos.

Nem faltará azeite em teu odre, se fizeste

Como eu te digo.  E viverás assim!”

 

Pensou a viúva: “Que diferença faz?

A farinha e o azeite vão mesmo terminar,

Mesmo que eu nada dê ao tal profeta!”

E dentro da casinha depressa cozinhou

Um pão pequeno, que para Elias traz,

Para si e o filho só depois ir preparar.

No outro dia, para a surpresa mais dileta,

Em sua cerâmica ainda havia farinha!

 

Disse-lhe Elias: “Porque em Deus confiaste,

Não faltará em tua casa a farinha,

Até o dia em que a chuva retornar,

Nem o azeite em tua almotolia,

Embora apenas o que a nós três nos baste.

Passou Elias a dormir em sua casinha,

Abrigado do sol a requeimar,

Pelos três anos em que a seca duraria...

 

Mas depois disso, adoeceu o menino,

Talvez por falta de sal e vitaminas

E a doença aos poucos se agravou,

Até que a pobre criança faleceu.

Então a viúva lamentou o seu destino:

“Que fizeste, homem de Deus? Por que sinas

Vieste recordar a quem pecou

E matar o único filho que era seu...?”

 

Elias lhe disse: “Dá-me essa criança.”

Tomou-o nos braços e subiu a escada

Até o quartinho em que ele habitava

E o deitou, frio e rígido, em sua cama,

A clamar ao Senhor: “Por que desesperança

Trouxeste a essa mulher desamparada,

Que com bondade tanto me amparava

E mataste seu filho, qual agora me reclama?”

 

Três vezes sobre o menino se estendeu

E clamou a Deus em prece fervorosa:

“Senhor Jehovah, tudo Te é possível:

Que a alma da criança torne a ela!...”

E o Senhor à voz de Elias atendeu:

A alma do pequeno, coisa portentosa,

Voltou ao menino e após tão ação incrível,

Foi à mãe e o entregou vivo aos braços dela!...

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