OS REIS E OS PROFETAS
CAPÍTULO SEIS – 26 JUL 21
“Para mim e meu filho será a última refeição:
Comeremos esse pão e depois nós morreremos...”
“Não temas,” disse Elias. “Faze o que disseste,
Mas primeiro traz um pãozinho para mim.
Diz o Senhor Jehovah: Não te faltará o pão;
Terás farinha, por mais que os três comermos.
Nem faltará azeite em teu odre, se fizeste
Como eu te digo. E viverás assim!”
Pensou a viúva: “Que diferença faz?
A farinha e o azeite vão mesmo terminar,
Mesmo que eu nada dê ao tal profeta!”
E dentro da casinha depressa cozinhou
Um pão pequeno, que para Elias traz,
Para si e o filho só depois ir preparar.
No outro dia, para a surpresa mais dileta,
Em sua cerâmica ainda havia farinha!
Disse-lhe Elias: “Porque em Deus confiaste,
Não faltará em tua casa a farinha,
Até o dia em que a chuva retornar,
Nem o azeite em tua almotolia,
Embora apenas o que a nós três nos baste.
Passou Elias a dormir em sua casinha,
Abrigado do sol a requeimar,
Pelos três anos em que a seca duraria...
Mas depois disso, adoeceu o menino,
Talvez por falta de sal e vitaminas
E a doença aos poucos se agravou,
Até que a pobre criança faleceu.
Então a viúva lamentou o seu destino:
“Que fizeste, homem de Deus? Por que sinas
Vieste recordar a quem pecou
E matar o único filho que era seu...?”
Elias lhe disse: “Dá-me essa criança.”
Tomou-o nos braços e subiu a escada
Até o quartinho em que ele habitava
E o deitou, frio e rígido, em sua cama,
A clamar ao Senhor: “Por que desesperança
Trouxeste a essa mulher desamparada,
Que com bondade tanto me amparava
E mataste seu filho, qual agora me reclama?”
Três vezes sobre o menino se estendeu
E clamou a Deus em prece fervorosa:
“Senhor Jehovah, tudo Te é possível:
Que a alma da criança torne a ela!...”
E o Senhor à voz de Elias atendeu:
A alma do pequeno, coisa portentosa,
Voltou ao menino e após tão ação incrível,
Foi à mãe e o entregou vivo aos braços dela!...
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