OS REIS E OS PROFETAS
CAPÍTULO CINCO– 25 JUL 21
Não cria Ahab no poder de Jehovah,
Mas sem dúvida era mau e rancoroso,
Quando incitado pela esposa Jezebel
E pelos numerosos sacerdotes.
Veio a palavra de Deus: Ergue-te já,
Meu servo Elias. Vai ao Oriente, cauteloso,
Junto à torrente de Kerith faz quartel,
Esse afluente do Jordão, de frescos dotes.
Assim dessa torrente poderás beber
E aos corvos ordenei te tragam alimento.
E de fato, lhe traziam carne e pão,
Sem cessar, duas vezes diariamente.
De Ahab a tropa ali não o pôde ver
E ali manteve o seu acampamento,
Até que a seca de tremenda ação,
Fez secar a torrente inteiramente.
Então de novo, Jehovah lhe ordenou
Que atravessasse o território desolado:
Vai à terra de Sidon, onde acharás
Uma viúva, nessa pequena aldeia
De Sarepta ou Zarephath, em que morou
Essa mulher, por quem serás cuidado.
Enquanto a seca durar, com ela ficarás;
Confia em Mim; é necessário que ela creia!
E caminhou Elias por veredas desoladas,
Pouca gente nos caminhos a encontrar;
A fome e a sede então o atormentavam,
Mas não foi abordado por ninguém,
E chegando ao final dessas estradas,
Viu a mulher, pelos campos a catar
Restos de lenha, com que se alimentavam
Os fogos fracos enquanto a seca se mantém.
Elias a chamou e ela o atendeu,
Julgando mesmo fosse um mágico ou profeta
E ele lhe pediu que água trouxesse.
“Tens sorte,” disse ela, “que há uma fonte
Bem escondida; quase ninguém a percebeu.”
E lhe trouxe uma vasilha bem completa;
Elias a chamou e pediu-lhe que lhe desse
Um bocado de pão, que já nem conte
Os dias em que marchara sem comer;
Mas a viúva, pesarosa, lhe falou:
“Tão certo como vive Jehovah teu Deus,
Nem migalha tenho pronta em minha casa.
Só um resto de farinha posso ver
De uma vasilha bem no fundo; e só restou
Na almotolia um pouco de azeite; são os meus
Alimentos finais numa panela rasa...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário