domingo, 22 de agosto de 2021


 

ELIAS E AHAB

CAPÍTULO SETE – 8 AGO 21

 

Enquanto isso Ben-Hadad, o imperador

Da Síria,reuniu trinta e dois reis,

Os seus vassalos, com seus regimentos,

Muitos cavalos, grande infantaria,

Carros de combate de grande fragor,

Contra Samaria formando seus anéis,

Primeiro a travar combates violentos

Contra as cidades que no caminho encontraria.

 

Atacando e matando os lavradores

E escravizando crianças e mulheres,

Naturalmente sem declaração de guerra,

Que nesse tempo nem sequer havia;

E como o povo buscava os defensores

Muros da cidade em seus acolheres,

Pôs cerco à cidade em que se encerra

O rei Ahab com as tropas que possuía.

 

E após cortar-lhe todas as saídas,

Que ninguém mais pudesse nela entrar,

Nem suprimentos pelos campos ir buscar,

Mandou um arauto com tropas aguerridas

Que proclamou, em palavras atrevidas:

“Assim o rei Ben-Hadad quer falar:

A tua prata e teu ouro eu vim tomar

E tuas mulheres como reféns serão trazidas!”

 

“Os teus filhos também, que tudo é meu!

Caso contrário, invadiremos a cidade

E tudo será posto a ferro e fogo

E tua cabeça com cutelo eu cortarei!”

E percebendo qual perigo que era o seu,

O rei Ahab respondeu, com humildade:

“Seja conforme a tua palavra.  Eu logo

Minhas riquezas para ti entregarei.”

 

“Eu sou teu e tudo quanto é meu,

Tal qual determinou o meu senhor.”

O arauto com os soldados retornou,

Para a resposta transmitir a Ben-Hadad.

Mas tal resposta em nada o surpreendeu:

“Ele teme de minhas tropas o fragor

E pensa que deste modo me enganou,

Poupando assim o saque da cidade...”

 

“Volta então e diz ao tal reizinho

Que sua palavra não me será bastante;

Com o que enviar, não me contentarei;

Dever-me-ás abrir as portas da cidade;

Não matarei o teu povo tão mesquinho;

Ficará o exército em prontidão constante

E somente um contingente enviarei,

Tuas posses a examinar com intensidade.”

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