A FADA
ARANHA XVII – Revisado 27 jan 22
Seguiu
Rotschella a indicar caminho,
em luz
rosada de fosforescência,
até
encontrarem gigantesca aranha,
igual que
nunca haviam visto tamanha,
completamente
negra, tal qual azevinho...
“Dê-lhes
passagem, Szlawko,” – falou Rotschella,
“consoante
a ordem de nossa rainha bela!...”
“E
Mantikora não mandou meu alimento?
Não
passarão sem me darem pagamento!...”
rugiu o
grande monstro, com veemência.
Leothar a criaturinha lhe estendeu;
com uma picada, ele a fez calar.
“E meu primo Grotschko, como está?
Um anel de meu pelo levar-lhe-á,
como sinal de que Szlawko não o esqueceu...”
“Já trago um outro anel de sua rainha...”
“Não ponha o meu com o anel de minha priminha,
caso contrário, terão os dois destino vil!...”
Foi esse anel posto dentro do cantil,
enquanto o outro no bornal ia ficar...
À superfície subiu então o casal;
ficou Rotschella com o tio a conversar.
Logo Lothar uma lança improvisou:
diversos coelhos depressa ele caçou;
ele e Leora os assaram, mal e mal...
“Ai, parecia que não comia há um ano!” –
disse Leora. “Querida, sem engano,
quanto tempo pensa que por lá passou?”
“Uns poucos dias...” – Leora o contemplou,
já trespassada por um terrível suspeitar!
“Lá
embaixo o tempo corre diferente;
poucos
dias faltam para completar um ano...”
“Mas
retornar dentro de um ano e um dia
eu
prometi! Ou o rei a Leodiceia mataria!”
“Conseguirei
cavalos e daqui, rapidamente,
em três
dias, no máximo, iremos lá chegar!
Porém
agora, precisamos descansar...”
Leothar
arranhou a mão desprotegida,
passando
a língua sobre sua ferida:
“Meu
sangue indica o tempo sem engano...”
A FADA
ARANHA XVIII – Revisado 28 jan 22
“Pois
bem, garanto que temos uma semana!
Descanse
agora, ou nos irá atrasar!...”
Logo
Leora já ressonava alto,
porém se
despertou num sobressalto:
“A
criaturinha! Aquela aranha desumana
vai
devorá-la! Precisamos impedir!...”
“Mulher,
é bem melhor você dormir...
Não temos
tempo! Ou morre aquela criatura
ou a
nossa pobre Leodiceia pura!...
Não sobra
tempo para podermos retornar!...”
“Depois, nem sei se consigo derrotar
aquela aranha assim descomunal!...”
“Mas não consigo parar de pensar
na criaturinha que ele vai devorar!!...”
“De um combate, eu jamais pude recuar,
mas minha espada está enferrujada
e minha lança é tão só improvisada...”
Ele parou um pouco, contrafeito...
“Leora, acho que descobri um jeito!”
E então abriu o cantil e o bornal...
“Que está fazendo? Ele bem
nos preveniu!”
“É nossa única chance!...” E
colocou
os dois anéis vivos no mesmo recipiente.
“Lá embaixo, aprendi ser muito diferente
o que nos dizem do que um ato produziu!”
Logo o bornal estremecia sem parar,
todo o couro começando a se esticar...
“O tempo é curto! Vamos logo
indo,
que as aranhas já se estão reproduzindo!”
Correu com o bornal, até que o túnel encontrou!
Szlawko
estava segurando a criatura,
entre dois
palpos, já de sua boca perto!
“Szlawko,”
disse Lothar, com um arrepio,
“para o
combate agora o desafio!...
A minha
lança derramará sua linfa impura
e
cortarei as suas patas com minha espada!”
“Com
essas armas? Serão o mesmo que nada!”
“Mas e a
estas? Não o vencem, no final?”
E então
Lothar abriu o seu bornal,
cem
aranhas a tomar destino certo!...
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