USUÁRIO
DE SONHOS 1 – 19 JUN 22
Flutuo
em sonhos a cada madrugada,
chega
a manhã sem querer descer à terra,
monotonia
ante a vida se descerra,
muito
mais bela se nas pálpebras fechada;
os
longes dançam em tal noite iluminada,
enquanto
aos pertos a malícia encerra,
o
ardor do corpo minha mente emperra
em
um gradil de realidade enferrujada.
Nas
cores múltiplas há pontes conhecidas,
que
me permitem enlaçar praias queridas,
em
que me esperam os sorrisos das amadas
e
como é triste que meus passos se desfaçam,
quando
essas musas do sono que me abraçam
diluem-se
em plumas de miragens espalhadas!
USUÁRIO
DE SONHOS 2
Porém
me abano com as asas da leveza
enquanto
em meu ambiente permaneço;
o
sonho é meu, do mundo me despeço,
das
exigências de sua astuta natureza;
deste
lado em meus pés perco firmeza,
de
minhas auréolas simplesmente desço,
de
minhas súcubos perdidas compadeço,
sem
a visão conservar de sua beleza.
Tudo
em breve, por malvado mecanismo,
tende
a esvair-se, por mais tente o conservar,
o
corpo exige em suas amargas sensações,
mas
ainda julgo não ser somente romantismo,
que
minhas lâmias novamente vou encontrar,
tão
logo o sono me envolva em suas paixões.
USUÁRIO
DE SONHOS 3
Tenho
certeza de que as encontro novamente
a
cada vez que retorno à noosfera;
a
situação talvez perceba que se altera,
porém
seus rostos recordo intensamente
e
cada corpo que de novo se apresente,
braços
e ventres nessa mesma esfera,
talvez
meio amuadas pela espera,
mas
cada amante do sonho ainda indulgente.
Sem
que precise de desculpa ou de explicar,
elas
me envolvem em sua plena compreensão,
tal
e qual se nosso amor recomeçasse...
Será
que são mulheres a sonhar,
cúmplices
minhas nas fímbrias da ilusão,
que
em sonho mútuo para nós se condensasse?
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